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Cristina Ferreira pediu um discurso ao Chat GPT e ficou desiludida. "É preciso usar a inteligência e sermos cada vez menos artificiais"

Este artigo tem mais de 6 meses

A apresentadora da TVI e administradora da Media Capital voltou à Web Summit para defender que "estamos todos a viver num clima de receio de sermos nós próprios".

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TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Pisou o palco da Web Summit em Lisboa pela terceira vez (a quarta no evento contando com a edição no Brasil), e foi do Rio de Janeiro que Cristina Ferreira trouxe uma lição. “Poder falar em português é muito confortável, posso dizer-vos o que sinto de forma mais tranquila”. Depois das bifanas em 2021 e da aula de 2022, a apresentadora da TVI e administradora da Media Capital esteve na Web Summit esta quarta-feira para falar de inteligência e do artificial.

Admitindo que não sabe “nada” sobre Inteligência Artificial (IA), “até porque a rejeito”, escolheu dirigir-se à plateia repleta para falar sobre tecnologia “de forma mais genérica”, sobre “inteligência, ponto, artificial”.  “Vou falar da forma como podemos ser inteligentes nas redes sociais e de como nos tornámos todos artificiais”. Para Cristina Ferreira, que tem esta quinta-feira na TVI a primeira reunião sobre a incorporação de IA, a tecnologia “trouxe muitas vantagens mas também há que pensar no que nos retirou”. Nomeadamente, que “perdemos com o facto de nos termos tornado dependentes das redes sociais”.

Cristina Ferreira deu como exemplo do impacto negativo dessa dependência o jornalismo. “O jornalista tem como missão aprofundar temas, deve fazê-lo de forma minuciosa, e em cada texto que vejo, a maior parte das perguntas não foram feitas. Habituámo-nos a ser tudo muito leve e pela rama”, defendeu. “Raramente nos demoramos a ler o que ali está”. Na visão da administradora da TVI, “isso tornou essas pessoas muito menos criativas, menos ávidas do conhecimento do outro e menos capazes de entender o outro de forma emocional”.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

A apresentadora lembrou ainda a polémica em torno da Web Summit, que levou à saída do CEO Paddy Cosgrave, para considerar que “vivemos tempos de liberdade condicionada” e que “o medo que temos do que os outros vão dizer nos impede de dar nossa opinião sobre os assuntos” e de “publicarmos o que queremos numa rede que é nossa”.

Vincando que “estamos todos a viver num clima de receio de sermos nós próprios”, Cristina Ferreira defendeu ainda que “precisamos de refletir sobre isso”, cabendo a responsabilidade à “geração que teve a felicidade de assistir de perto à revolução tecnológica”.

[Já saiu: pode ouvir aqui o segundo episódio da série em podcast “O Encantador de Ricos”, que conta a história de Pedro Caldeira e de como o maior corretor da Bolsa portuguesa seduziu a alta sociedade. Pode ainda ouvir o primeiro episódio aqui.]

“Rejeito um bocadinho quando as coisas chegam”, revelou. “Abri uma página de Facebook porque fui obrigada pela TVI. Não sei se já quero saber o que é a IA e de que forma pode ser usada por nós. Assusta-me. Mas ela está aí”. Na preparação para a Web Summit, a apresentadora contou que pediu ao Chat GPT um discurso sobre os perigos da IA. Que começou a ler para a plateia, desistindo ao fim de poucos segundos. “Vocês já tinham ido todos embora porque o que eu estava a dizer não tinha a emoção que vinham à procura”. Cristina pediu um segundo discurso, com “emoção”, e obteve o mesmo resultado.

“Não é isto que eu quero. O que pedi à máquina não tinha lá a minha vida, as minhas emoções, o que eu já vivi, não me tornava única perante uma plateia. Assusta-me continuarmos a retirar o que somos, o que queremos, o que desejamos do que se estabeleceu como o certo, o convencional. O que espero do outro é que seja único, diferenciado, que não me leia um discurso de um Chat”.

Cristina terminou a questionar “o que vamos fazer para controlar máquina”, dando o exemplo das salas de aula, onde a IA já é usada por alunos. “Sem saber nada de IA volto ao início: sempre que vos falarem de Inteligência Artificial, usem o ponto. É preciso usar a inteligência e sermos cada vez menos artificiais”, concluiu.

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