910kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Cristina Ferreira pediu um discurso ao Chat GPT e ficou desiludida. "É preciso usar a inteligência e sermos cada vez menos artificiais"

Este artigo tem mais de 1 ano

A apresentadora da TVI e administradora da Media Capital voltou à Web Summit para defender que "estamos todos a viver num clima de receio de sermos nós próprios".

i

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Pisou o palco da Web Summit em Lisboa pela terceira vez (a quarta no evento contando com a edição no Brasil), e foi do Rio de Janeiro que Cristina Ferreira trouxe uma lição. “Poder falar em português é muito confortável, posso dizer-vos o que sinto de forma mais tranquila”. Depois das bifanas em 2021 e da aula de 2022, a apresentadora da TVI e administradora da Media Capital esteve na Web Summit esta quarta-feira para falar de inteligência e do artificial.

Admitindo que não sabe “nada” sobre Inteligência Artificial (IA), “até porque a rejeito”, escolheu dirigir-se à plateia repleta para falar sobre tecnologia “de forma mais genérica”, sobre “inteligência, ponto, artificial”.  “Vou falar da forma como podemos ser inteligentes nas redes sociais e de como nos tornámos todos artificiais”. Para Cristina Ferreira, que tem esta quinta-feira na TVI a primeira reunião sobre a incorporação de IA, a tecnologia “trouxe muitas vantagens mas também há que pensar no que nos retirou”. Nomeadamente, que “perdemos com o facto de nos termos tornado dependentes das redes sociais”.

Cristina Ferreira deu como exemplo do impacto negativo dessa dependência o jornalismo. “O jornalista tem como missão aprofundar temas, deve fazê-lo de forma minuciosa, e em cada texto que vejo, a maior parte das perguntas não foram feitas. Habituámo-nos a ser tudo muito leve e pela rama”, defendeu. “Raramente nos demoramos a ler o que ali está”. Na visão da administradora da TVI, “isso tornou essas pessoas muito menos criativas, menos ávidas do conhecimento do outro e menos capazes de entender o outro de forma emocional”.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

A apresentadora lembrou ainda a polémica em torno da Web Summit, que levou à saída do CEO Paddy Cosgrave, para considerar que “vivemos tempos de liberdade condicionada” e que “o medo que temos do que os outros vão dizer nos impede de dar nossa opinião sobre os assuntos” e de “publicarmos o que queremos numa rede que é nossa”.

Vincando que “estamos todos a viver num clima de receio de sermos nós próprios”, Cristina Ferreira defendeu ainda que “precisamos de refletir sobre isso”, cabendo a responsabilidade à “geração que teve a felicidade de assistir de perto à revolução tecnológica”.

[Já saiu: pode ouvir aqui o segundo episódio da série em podcast “O Encantador de Ricos”, que conta a história de Pedro Caldeira e de como o maior corretor da Bolsa portuguesa seduziu a alta sociedade. Pode ainda ouvir o primeiro episódio aqui.]

“Rejeito um bocadinho quando as coisas chegam”, revelou. “Abri uma página de Facebook porque fui obrigada pela TVI. Não sei se já quero saber o que é a IA e de que forma pode ser usada por nós. Assusta-me. Mas ela está aí”. Na preparação para a Web Summit, a apresentadora contou que pediu ao Chat GPT um discurso sobre os perigos da IA. Que começou a ler para a plateia, desistindo ao fim de poucos segundos. “Vocês já tinham ido todos embora porque o que eu estava a dizer não tinha a emoção que vinham à procura”. Cristina pediu um segundo discurso, com “emoção”, e obteve o mesmo resultado.

“Não é isto que eu quero. O que pedi à máquina não tinha lá a minha vida, as minhas emoções, o que eu já vivi, não me tornava única perante uma plateia. Assusta-me continuarmos a retirar o que somos, o que queremos, o que desejamos do que se estabeleceu como o certo, o convencional. O que espero do outro é que seja único, diferenciado, que não me leia um discurso de um Chat”.

Cristina terminou a questionar “o que vamos fazer para controlar máquina”, dando o exemplo das salas de aula, onde a IA já é usada por alunos. “Sem saber nada de IA volto ao início: sempre que vos falarem de Inteligência Artificial, usem o ponto. É preciso usar a inteligência e sermos cada vez menos artificiais”, concluiu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.