O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, assegurou, esta segunda-feira, em Pristina que a organização fará tudo o que for necessário para preservar a paz nos Balcãs Ocidentais, podendo mesmo aumentar o seu destacamento no Kosovo e na Bósnia-Herzegovina.
Estamos neste momento a analisar se devemos aumentar permanentemente o número [de tropas] para garantir que a situação não se descontrola e não se cria um novo conflito violento no Kosovo ou, de forma mais alargada, na região”, declarou Stoltenberg numa conferência de imprensa conjunta com a Presidente do Kosovo, Vjosa Osmani.
O responsável máximo da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) recordou que a aliança já “respondeu rapidamente” enviando mais mil soldados para o Kosovo após o ataque de paramilitares sérvios do passado dia 24 de setembro, em que morreu um polícia kosovar e três dos agressores. Stoltenberg asseverou que a NATO está a fazer tudo o que for necessário para manter a paz na região.
Por seu lado, Osmani afirmou que a Rússia pretende abrir uma nova frente contra o Ocidente em países que ainda não são Estados-membros da Aliança Atlântica, como o Kosovo, e acusou a Sérvia de estar a preparar novos “ataques terroristas” como o de setembro.
A chefe de Estado kosovar sustentou também que o adiamento da adesão do Kosovo à NATO traz instabilidade à região e à Europa, indicando que a Sérvia instalou perto da fronteira com o Kosovo armas de defesa antiaérea e que o líder sérvio-kosovar Milan Radoicic, que admitiu ter organizado aquele ataque, está em liberdade e a treinar grupos paramilitares.
Stoltenberg sublinhou que os ataques violentos, como os que ocorreram em setembro e durante as manifestações de maio no norte do Kosovo, em que 93 soldados da NATO ficaram feridos, são absolutamente inaceitáveis e que os responsáveis devem prestar contas perante a justiça.
A NATO dirige no Kosovo a KFOR, uma missão de manutenção da paz, desde a guerra de 1999 entre a Sérvia e a guerrilha separatista kosovar, e apoia o diálogo de normalização das relações entre Pristina e Belgrado patrocinado pela União Europeia (UE).
A Sérvia não reconhece a independência declarada em 2008 pela sua ex-província do Kosovo, maioritariamente habitada por albaneses, e as tensões entre a minoria sérvia do Kosovo e o Governo kosovar agravaram-se no último ano.
Jens Stoltenberg esteve na Bósnia, desloca-se à Sérvia na terça-feira e deverá visitar a Macedónia do Norte na quarta-feira.