Um antigo general russo que em tempos criticou as forças armadas de Putin foi encontrado morto na semana passada em circunstâncias que ainda estão por esclarecer. De acordo com o Meduza (portal informativo independente russo com sede na Letónia), Vladimir Sviridov, de 68 anos, foi encontrado morto na cama ao lado do corpo de uma mulher — que a imprensa russa afirma ser a sua esposa, mas cuja identidade ainda está a ser investigada.

Antigo comandante de uma unidade da Força Aérea russa, o general tinha estado naquelas funções até 2009. Segundo meios de comunicação russos citados pelo Meduza, o corpo de Sviridov foi encontrado morto no dia 15 de novembro, numa casa em Andzhievsky, no sul da Rússia, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com a Geórgia. Tanto Sviridov como a mulher já estariam mortos há uma semana quando foram encontrados.

A agência russa RIA Novosti diz que não há indícios de que a morte de Sviridov tenha sido violenta. As autoridades russas, por seu turno, já anunciaram que vão investigar os contornos da morte. Uma tese apontava para a possibilidade de Sviridov ter morrido pela inalação de monóxido de carbono, mas as primeiras medições não permitiram encontrar a presença deste gás.

O jornal francês Le Parisien recorda que Sviridov já tinha verbalizado publicamente algumas críticas à gestão militar da Rússia.

Apesar de ter sido galardoado com várias distinções militares, Sviridov deu uma entrevista em 2007 a criticar a parca formação dos pilotos da Força Aérea russa. “Um piloto deve voar aproximadamente 100 horas por ano para estar totalmente pronto para o combate. Contudo, não é o caso. A duração média do voo nas forças armadas é de 25 a 30 horas”, disse nessa ocasião.

Noutra entrevista, igualmente citada pelo Le Parisien, Sviridov queixou-se de ter de nomear oficiais “que não estão totalmente formados”, devido à falta de militares “melhores”.

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