O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, defendeu, esta terça-feira, um combate intransigente às redes de migração ilegais para garantir que os migrantes que procuram Portugal e a Europa sejam bem integrados.

Temos que ser intransigentes no combate às redes de migração ilegais”, disse José Luís Carneiro, à margem da CNN Portugal International Summit, dedicada “A nova economia”.

Questionado sobre a detenção de 28 pessoas numa estrutura alegadamente criminosa que se dedicava à exploração de trabalhadores imigrantes no Baixo Alentejo, hoje desmantelada pela PJ, José Luís Carneiro defendeu a necessidade das autoridades serem “imperativas no seu exercício”.

Portugal e a Europa têm necessidade de garantir a abertura a fluxos de migração, mas esses fluxos devem ser regulados para garantir que os que procuram Portugal ou a União Europeia têm condições de boa integração”, considerou o ministro.

O governante assegurou ainda que as autoridades estão a combater estas redes e que a ação levada a cabo no Baixo Alentejo demonstra isso mesmo.

Aos jornalistas, José Luís Carneiro considerou que as guerras na Europa e Médio Oriente “exigem dos Estados da União Europeia uma voz firme” na defesa e acolhimento dos que procuram a Europa.

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José Luís Carneiro afirmou ainda que tanto a segurança, como a estabilidade “são essenciais” para manter o modelo de desenvolvimento assente na valorização dos rendimentos, investimento público e competitividade da economia.

“Os partidos democráticos, no poder ou oposição, têm o dever de cooperar, dialogar para salvar os valores democráticos porque há hoje ameaças reais”, acrescentou José Luís Carneiro, que também é candidato à liderança do PS, defendendo que a polarização política e a radicalização das sociedades são outros desafios que Portugal e a Europa enfrentam.

O quadro de guerra que temos, quer na Europa e Médio Oriente, exigem dos Estados da União Europeia uma voz firme”, considerou, destacando que as “ameaças à segurança nacional são grandes”.

Em comunicado, a PJ esclareceu, esta terça-feira, que a operação decorreu em várias cidades e freguesias do Baixo Alentejo e envolveu cerca de 480 operacionais, que deram cumprimento a 78 mandados de busca domiciliária e não domiciliária.

Segundo a PJ, foram detidas, fora de flagrante delito, 28 pessoas, que são suspeitas de integrarem “uma estrutura criminosa dedicada à exploração do trabalho de cidadãos imigrantes” no Baixo Alentejo.

Os cidadãos imigrantes, na sua maioria, eram “aliciados nos seus países de origem, como Roménia, Moldávia, Ucrânia, Índia, Senegal, Paquistão, entre outros, para virem trabalhar em explorações agrícolas naquela região do nosso país”, assinalou.

De acordo com a PJ, os suspeitos, de nacionalidade portuguesa e estrangeira, estão indiciados pela prática de crimes de associação criminosa, tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal, angariação de mão-de-obra ilegal, extorsão, branqueamento de capitais, fraude fiscal, ofensas à integridade física, posse de arma de fogo e falsificação de documentos.