O Vox ficou sozinho a defender, no Senado espanhol, a ilegalização dos partidos Junts per Catalunya e ERC (Esquerda Republicana da Catalunha). Isto porque o Partido Popular não apoiou a moção do partido de extrema-direita espanhola, que pretendia instar o governo a solicitar a ilegalização dos dois partidos independentistas catalães, avança o jornal ABC.

A moção teve apenas o voto favorável dos três senadores do partido de Santiago Abascal, contra 257 votos contra, entre os quais os dos deputados do PP — que detém a maioria dos lugares da câmara alta do Congresso espanhol.

“Há dois partidos separatistas que impõem suas condições antidemocráticas e anticonstitucionais para dar seu apoio a Pedro Sánchez, o presidente mais traidor que a Espanha já teve. Está em risco a sobrevivência da nação espanhola, o ordenamento jurídico e a igualdade entre espanhóis. Temos que continuar a suportar a chantagem dos separatistas? Acho que não“, disse Paloma Gómez, senadora da Vox, que sublinhou que está em causa “um golpe de estado”.

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Já o PP justificou a rejeição da moção argumentando que a ilegalização nunca passaria no crivo do Supremo Tribunal espanhol. “Este processo não prosperaria no Supremo Tribunal. A dissolução de um partido político é uma das medidas mais graves que podem ser adotadas na democracia”, justificou, citada pelo El País, María Yolanda Ibarrola, senadora do PP, realçando que a moção apresentada pelo Vox era “desnecessária” e que só serviu para o Vox tentar ter “um protagonismo forçado”.

Dos dois partidos catalães visados saíram críticas duras ao partido de Abascal. A senadora da ERC Sara Bailac disse que “votar não é um crime” e que “ser independentista é um direito e, com perante o fascismo, uma obrigação”. A senadora acusou o Vox de “ter fobia à democracia” e de “querer censurar a Catalunha”.

Já o senador do Junts per Catalunya Josep Lluís Cleries afirmou que a iniciativa de Vox é uma amostra da “raiva” que nutre pela investidura de Sánchez e acusou o partido de Abascal de não aceitar a democracia, ou seja, a negociação entre partidos.