Turquia, República Checa e Geórgia, Luxemburgo, Grécia ou Cazaquistão. Portugal ficou a conhecer dois dos três adversários no Grupo F do Euro 2024, ficando ainda à espera das decisões num dos playoffs de acesso à competição para ter o grupo completo, e já sabe que vai estrear-se contra os checos no dia 18 de junho do próximo ano, em Leipzig.

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Segue-se o confronto com a Turquia em Dortmund, a 22 de junho, e só depois a partida contra o tal vencedor do playoff, em Gelsenkirchen e a 26 de junho. A cerca de sete meses do início do Campeonato da Europa, onde Portugal surge como um dos candidatos a uma eventual presença na final, importa olhar de forma mais aproximada para os adversários da Seleção Nacional: entre os turcos que trazem boas memórias, os checos que recordam o golo decisivo de Poborský e a possibilidade de reencontrar os gregos, os maiores carrascos da história do futebol português.

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Turquia. Memórias bonitas em 1996, 2000 e 2012

A Turquia não era propriamente o adversário mais apetecível do Pote 2, onde também estavam Albânia ou Roménia, mas é teoricamente acessível do que a Dinamarca, que estava no mesmo lote e poderia ter calhado a Portugal. Os turcos ficaram no primeiro lugar do Grupo D da qualificação, com cinco vitórias, dois empates e uma derrota em oito jornadas, e surpreenderam ao terminarem com mais um ponto do que a Croácia, que chegou às meias-finais do último Mundial.

A Turquia não foi além da fase de grupos nos últimos dois Europeus, em 2016 e 2020, e não conseguiu qualificar-se em 2004 e 2012. Pelo meio, porém, atingiu o melhor resultado de sempre na competição: no Euro 2008, na Áustria e na Suíça, a seleção turca foi até às meias-finais e só caiu contra a Alemanha, que acabou por perder a final contra Espanha. E foi precisamente nesse Campeonato da Europa, há 15 anos, que a Seleção Nacional se cruzou com a Turquia pela última vez numa fase final de uma competição.

A bola sorri com Otávio e nós sorrimos todos com ele (a crónica do Portugal-Turquia)

Ainda na fase de grupos do Euro 2008, e num Grupo A que curiosamente também contava com a República Checa, Portugal defrontou a Turquia no jogo de estreia, em Genebra, e venceu com golos de Pepe e Raúl Meireles. A equipa orientada por Luiz Felipe Scolari superou o grupo, vencendo os checos e perdendo com a Suíça na última jornada, mas não foi além dos quartos de final ao cair contra a Alemanha.

Recuando no tempo, Portugal e Turquia também se encontraram na fase de grupos do Euro 96, com um golo de Fernando Couto a ditar a vitória portuguesa em Nottingham, e voltaram a cruzar-se nos quartos de final do Euro 2000, com a Seleção Nacional a vencer novamente com um bis de Nuno Gomes em Amesterdão. Mais recentemente, Portugal eliminou os turcos na meia-final do playoff de acesso ao Mundial 2022, no Dragão, com golos de Otávio, Diogo Jota e Matheus Nunes.

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O médio Çalhanoğlu, atualmente no Inter Milão, é o capitão e a principal referência da Turquia

A Turquia é atualmente orientada pelo italiano Vincenzo Montella, antigo jogador da Roma e da Sampdoria que já treinou AC Milan, Sevilha e Fiorentina. Aos 49 anos, assumiu o comando da seleção turca apenas em setembro e na sequência do despedimento do alemão Stefan Kuntz, que era o selecionador desde 2021. A Turquia tem como principal referência o capitão Çalhanoğlu, médio do Inter Milão, mas também conta com o ex-Sporting Demiral, os avançados Enes Ünal e Cengiz Ünder e a jovem promessa Arda Güler, do Real Madrid. Adicionalmente, a Seleção Nacional vai defrontar Orkun Kökçü, médio do Benfica.

República Checa. Uma equipa a querer reerguer-se e a sombra de Poborský

Tal como a Turquia, a República Checa também não era dos adversários mais complexos do Pote 3, onde estavam os Países Baixos ou a Croácia, mas também não era dos mais acessíveis, contando-se a presença da Eslovénia. Os checos ficaram no segundo lugar do Grupo E da qualificação, com quatro vitórias, três empates e uma derrota em oito jornadas, e terminaram com os mesmos 15 pontos que a Albânia mas desvantagem no confronto direto.

A República Checa tem alternado entre a eliminação na fase de grupos e nos quartos de final nos últimos Europeus: não foi além dos grupos em 2008, caiu com Portugal nos quartos de final em 2012, voltou a ser afastada nos grupos em 2016 e saiu contra a Dinamarca em 2020. O melhor registo dos checos na competição aconteceu em 2000, quando chegaram à final do Campeonato da Europa de Inglaterra e perderam com a Alemanha em Wembley. Quatro anos depois, no Europeu organizado em Portugal, voltaram a impressionar e foram até às meias-finais, eliminados pela Grécia que acabaria por ser campeã europeia.

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O avançado Patrik Schick, do Bayer Leverkusen, é uma das grandes armas da República Checa

Os confrontos mais recentes entre Portugal e a República Checa têm vantagem absoluta para a Seleção Nacional. Os portugueses venceram os checos na fase de grupos do Euro 2008, com golos de Deco, Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma, voltaram a vencer nos quartos de final do Euro 2012, com um golo solitário de Ronaldo, e também venceram nos dois jogos disputados na fase de grupos da última Liga das Nações, tanto em Lisboa como em Praga. Ainda assim, a única vitória da República Checa contra Portugal num encontro oficial traz más memórias: a eliminação nos quartos de final do Euro 96, no Villa Park, graças a um golo de Poborský.

A República Checa está atualmente sem selecionador nacional. Jaroslav Šilhavý, o treinador que levou à equipa até à qualificação direta para o Euro 2024, renunciou ao cargo já durante o mês de novembro e explicou que “já tinha decidido antes do jogo decisivo que não iria continuar”. Os checos têm como principal referência o avançado Patrik Schick, do Bayer Leverkusen, mas também contam com o contributo de Alex Král, Adam Hložek e do capitão Tomáš Souček. Dependendo do rendimento no Benfica, também existe a possibilidade de Portugal defrontar o lateral David Jurásek, que foi convocado para o último duplo compromisso contra a Polónia e a Moldávia.

Geórgia, Luxemburgo, Grécia ou Cazaquistão. Entre a maior goleada de sempre e o adversário que provocou a derrota mais dolorosa

Com a Suíça a cair para o Grupo A, Itália a sair no Grupo B e a Sérvia a calhar no Grupo C, Portugal soube desde logo que iria ficar até março sem conhecer o terceiro adversário no Grupo F. A Seleção Nacional vai cruzar com o vencedor do playoff C, ou seja, com Geórgia, Luxemburgo, Grécia ou Cazaquistão. Os dois primeiros vão defrontar-se numa meia-final, assim como os dois últimos, e o vencedor da final do playoff vai então ocupar a vaga em aberto no grupo de Portugal.

A Geórgia, orientada pelo ex-Bayern Munique Willy Sagnol, ficou no 4.º lugar do Grupo A da qualificação e atrás de Espanha, Escócia e Noruega, chegando ao playoff através da Liga das Nações. Os georgianos nunca marcaram presença num Campeonato da Europa, procurando um apuramento histórico, e têm como principal figura o avançado Kvaratskhelia, do Nápoles.

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Campeão italiano com o Nápoles na época passada, Kvaratskhelia é o perigo à solta na Geórgia que pode cruzar com Portugal

O Luxemburgo, orientado por Luc Holtz desde 2010, ficou no terceiro lugar do Grupo J da qualificação e atrás de Portugal e Eslováquia. A Seleção Nacional goleou os luxemburgueses tanto fora como em casa, alcançando mesmo a maior vitória de sempre com o 9-0 registado no Estádio Algarve no início de setembro. Os luxemburgueses nunca marcaram presença num Campeonato da Europa, procurando também esse apuramento histórico, e têm como principal figura o luso-descendente Gerson Rodrigues, do Sivasspor.

A Grécia, orientada pelo ex-Chelsea e Tottenham Gus Poyet, ficou no terceiro lugar do Grupo B da qualificação e atrás de França e Países Baixos. Os gregos falharam o apuramento para os dois últimos Europeus, caindo nos quartos de final em 2012 e na fase de grupos em 2008, depois de terem conquistado a competição em 2004 e contra Portugal na final do Estádio da Luz. A principal referência da Grécia é Kostas Tsimikas, do Liverpool, numa seleção que também inclui o luso-descendente Zeca, o ex-Benfica Odysseas Vlachodimos e ainda Sotiris Alexandropoulos, emprestado pelo Sporting ao Olympiacos.

Seis vitórias, 24 golos marcados, zero sofridos, a maior goleada de sempre: a entrada histórica de Martínez na Seleção

Por fim, o Cazaquistão, orientado pelo russo Magomed Adiyev, ficou no 4.º lugar do Grupo H da qualificação e atrás de Dinamarca, Eslovénia e Finlândia. Os cazaques nunca marcaram presença num Campeonato da Europa e têm como principal referência o médio Bakhtiyar Zaynutdinov, que joga no Besiktas e já passou pelo CSKA Moscovo.