Os mediadores do Qatar e do Egito “não obtêm resposta” de Israel e do Hamas para restaurar a trégua na Faixa de Gaza, após o cessar-fogo entre as partes ter sido rompido na sexta-feira, informou uma fonte egípcia esta segunda-feira.
A fonte de segurança egípcia, que pediu para não ser identificada, indicou à agência EFE que, embora os mediadores estejam “a trabalhar muito seriamente e 24 horas por dia para aproximar os pontos de vista”, não encontraram “qualquer resposta” de Israel e do grupo islamita palestiniano Hamas para restaurar a paz.
Da mesma forma, afirmou que tanto o Qatar como o Egito informaram os Estados Unidos sobre a situação e pediram que Washington pressionasse o Governo israelita “para responder aos negociadores e aprovar uma nova trégua”.
Segundo a fonte, o Hamas também não mostra flexibilidade para libertar mais reféns e “não respondeu aos pedidos do Governo israelita para entregar o pessoal militar cativo”, embora tenha observado que o movimento palestiniano afirmou que “não se submeterá aos ditames de Israel”.
O Governo de Israel ordenou no domingo a retirada da delegação que enviou para o Qatar para negociar, através da mediação das autoridades deste país, do Egito e dos Estados Unidos, um acordo com o Hamas, considerando que o diálogo chegou a um impasse.
“Devido ao impasse nas negociações, e seguindo instruções do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o líder dos serviços secretos israelitas Mossad, David Barnea, ordenou que a equipa de negociação em Doha regressasse a Israel”, disse o chefe do gabinete do Governo em comunicado, divulgado em nome da agência de informação.
Israel e o Hamas romperam na manhã de sexta-feira uma trégua nos confrontos, que incluiu a libertação de 105 reféns raptados pelo grupo islamita (81 israelitas e 24 estrangeiros) em troca de 240 palestinianos detidos em prisões israelitas, todos mulheres e menores.
Ainda permanecem 122 reféns vivos em Gaza dos mais de 240 que o Hamas raptou durante o ataque de 7 de outubro contra Israel, segundo números do Governo israelita, que confirmou a morte de 15 pessoas em cativeiro com base em dados dos serviços de informação recolhidos por tropas estacionadas na Faixa de Gaza.