A perícia realizada pelos peritos do Instituto de Medicina Legal (INML) confirma que Ricardo Salgado tem doença de Alzheimer e que as suas declarações em tribunal podem não ser totalmente fidedignas. A informação é avançada esta segunda-feira pelo Eco, que cita as conclusões do relatório independente.

Os especialistas que avaliaram o ex-líder do Banco Espírito Santo consideram que o seu estado de saúde não o impede de prestar declarações em tribunal, no âmbito dos vários processos em que é arguido — incluindo o caso BES/GES e o cado EDP, por exemplo –, mas indicam que não é possível “assegurar que a informação obtida [declarações de Ricardo Salgado] seja fidedigna”.

Perícia neurológica a Ricardo Salgado atesta diagnóstico de Alzheimer

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A doença de Alzheimer, agora confirmada pelo INML, “não impossibilita, nem é impeditiva” da deslocação de Ricardo Salgado ao tribunal para prestar declarações. Os médicos indicam que, “ainda que seja possível o arguido ser ouvido sobre os designados temas da prova, do ponto de vista estritamente científico não se pode garantir que pormenores de natureza espacial, temporal e de conteúdo sejam relatados de forma rigorosa, já que poderá efetivamente recordar, ou não recordar”.

Segundo os peritos, Ricardo Salgado está no segundo grau mais grave da doença de Alzheimer, o que significa que precisa de ajuda para realizar as tarefas mais básicas. Aliás, o relatório indica que, caso se desloque a tribunal, deverá ser “auxiliado, por exemplo, com uso de cadeira de rodas, ou por alguém ao seu lado”. Aqui, o INML indica que a mulher de Ricardo Salgado “aparentemente surge como figura para si muito importante afetivamente e assim contentora de ansiedade e angústia”.

Esta conclusão do INML vem confirmar a informação já avançada pela defesa de Ricardo Salgado, que indicava que o ex-banqueiro sofria da doença de Alzheimer.