João Neves não tem sido intocável para Roger Schmidt. Pelo segundo jogo consecutivo, o treinador do Benfica substituiu o médio cedo no encontro. A reação fez-se sentir nas bancadas. O jovem internacional português dirigiu-se à linha lateral e os adeptos que se encontravam na zona atrás dos bancos destinados à equipa da casa atiraram objetos e água para junto do técnico encarnado. Schmidt olhou para a situação e permaneceu sereno enquanto que outros elementos do staff das águias pediam calma ao público, sendo que também alguns suplentes se levantaram para tentarem que a situação não escalasse.

A situação ocorreu ao 67 minutos, numa fase em que o Farense estava a vencer no Estádio da Luz. O golo de Rafa ainda fez o público acreditar que era possível dar a volta ao marcador, mas o empate (1-1) acabaria por se confirmar, deixando os encarnados na iminência de verem o topo do campeonato ficar ainda mais longe.

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Falcão atacou as águias que já têm o Velho hábito de perderem pontos (a crónica do Benfica-Farense)

Acabou por ser um jogo frustrante para o Benfica que registou 37 remates, 14 dos quais enquadrados com a baliza. Nesse aspeto, o guarda-redes do Farense esteve em particular evidência. Ricardo Velho terminou o encontro com 13 defesas, mostrando-se praticamente intransponível perante as ameaças dos encarnados.

“Os adeptos mais negativos podem ficar em casa. É isso que lhes peço, porque isso não é bom para os jogadores. Se não estão satisfeitos, e se não ficaram satisfeitos hoje enquanto adeptos do Benfica, então o melhor é ficarem em casa. Não conseguimos jogar melhor do que aquilo que jogámos hoje, não conseguimos ser mais equipa do que aquilo que fomos hoje. Se não conseguem apoiar a equipa quando eles investem tanto no jogo como fizeram hoje, então voltem quando formos campeões e podem ir festejar para o Marquês de Pombal, mas assim isto é autodestrutivo. Não é possível reagir assim quando os jogadores fazem tudo no campo. Não se respeitam os jogadores, não se respeita o treinador, não se respeita o Benfica, não se faz nada. O melhor é ficarem em casa.”, disse Schmidt no comunicado que fez aos jornalistas.

“Se o problema sou eu, se o Benfica precisa de um treinador que faça as substituições que os adeptos querem, tudo bem, eu vou-me embora, venha outro substituir-me e talvez fiquem mais satisfeitos, vamos ver. Se o problema for eu, dou o lugar. Se não for suficientemente bom, então vou-me embora”, concluiu o técnico.