Rúben Amorim tinha pedido uma velocidade a mais à equipa, a marcha atrás ficou sempre encravada. Ficou encravada no lance que originou a grande penalidade do primeiro empate, ficou ainda mais encravada no lance que valeu o 2-1 ao V. Guimarães, ficou de vez encravada quando Dani Silva entrou em campo e marcou na primeira ocasião em que tocou na bola fazendo o 3-2 final. Pela primeira vez na temporada, o Sporting consentiu três golos num só jogo, algo que não acontecia desde a vitória por 4-3 na última época no Jamor com o Casa Pia. Pela primeira vez desde que assumiu o comando dos leões, o técnico perdeu duas partidas consecutivas fora para o Campeonato. Com isso, perdeu a hipótese de reforçar a liderança da prova.

Entre a velocidade a mais, esqueceram-se da marcha atrás (a crónica do V. Guimarães-Sporting)

Se em termos de média a produção ofensiva não esteve longe do habitual a nível de golos, oportunidades, remates, posse e cantos (tirando o facto de Viktor Gyökeres ter aparecido muito menos no jogo, também por mérito da linha de três dos minhotos), foi na defesa que voltou a estar o calcanhar de Aquiles, com essa nuance de a saída de Hjulmand ter desequilibrado a parte defensiva para dar outra pujança ao plano mais ofensivo. Ao todo, o Sporting leva já 15 golos sofridos em apenas 13 jornadas do Campeonato, tantos como na última temporada mas com seis pontos a mais do que em 2022/23. Quem aproveitou da melhor forma foi o V. Guimarães, que já não ganhava aos leões há 13 anos com uma reviravolta (2-3).

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“Foi uma derrota que não merecíamos. Sabíamos que o jogo seria complicado, tivemos as nossas ocasiões e sofremos o golo para o intervalo. Sabíamos que o Vitória [de Guimarães] ia defender bem e criar perigo em contra-ataques, tínhamos de rodar a bola, mas o Vitória chegou ao golo. Depois do 2-1 conseguimos partir para a frente e marcar outra vez. Numa tabela sofremos o terceiro golo e perdemos o jogo. Se senti muito esse golo? Senti mais o golo antes do intervalo, acho que essa foi uma machadada mais forte”, começou por dizer um Rúben Amorim visivelmente agastado na zona de entrevistas rápidas da SportTV após o jogo.

Ainda nesse espaço, o técnico relativizou a ausência do castigado Sebastian Coates e sublinhou que nada vai mudar em relação ao clássico da próxima jornada em Alvalade. “Mesmo sem o Coates, no início deste jogo faríamos sempre a mesma coisa mas esta era a ideia”, referiu. “Obviamente que, apesar desta derrota, temos de continuar. O jogo do FC Porto seria sempre para ganhar e é isso que vamos tentar fazer”, frisou.

Mais tarde, na conferência de imprensa, Rúben Amorim abordou também a confusão gerada junto à zona de aquecimento perto do banco do Sporting em período de descontos que valeu a expulsão de um delegado e dois amarelos para suplentes: “O que sinto é que a equipa quer ganhar. Convenhamos que houve um pequeno problema com o apanha-bolas e depois uma pessoa chega lá e empurra um jogador do Sporting. Isto já aconteceu noutros campos e não podemos deixar que aconteça mais. Deixámos uma vez no Dragão, com jogadores do Sporting a serem agredidos à volta do campo, mas não admitimos isso e não deixamos que volte a acontecer. Quando existem situações daquelas, os jogadores do Sporting não vão admitir que alguém de outro clube, que apenas quer parecer bem para os sócios, vá empurrar alguém. Se todos tiverem de ir para a confusão… Não queremos polémicas, mas os jogadores são os que mais têm de estar nervosos, agora pessoas a querer criar confusão… Perdemos um bocado a noção, como todas as equipas, mas quando entra ali gente que não tem nada a ver com o jogo, os jogadores têm de reagir e vão reagir sempre”.