A redação do Jornal de Notícias decidiu esta quinta-feira, em plenário, tomar todas as diligências para uma eventual ação judicial contra o Global Media Group (GMG) e preparar ações de luta conjuntas com outros títulos e restantes áreas da empresa.

Estes dois pontos foram aprovados ao final da tarde pela redação do Jornal de Notícias (JN) que, em plenário, decidiu ainda avançar com a elaboração de um documento, a divulgar em breve, defendendo a honra reputacional daquele título.

No comunicado enviado à Lusa, é rejeitada “a desvalorização a que está a ser sujeito o Jornal de Notícias”, afirmando os jornalistas não estarem disponíveis “para o emagrecimento da redação, nem para a redução física do jornal, nem para ter uma direção que venha a cumprir esses propósitos ou outros que melindrem a identidade do JN”.

A redação informa ainda ser sua intenção “tomar todas as diligências para uma eventual ação judicial contra a empresa” e preparar ações de luta conjuntas com outros títulos do GMG e restantes áreas funcionais da empresa.

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Condenam também a falta de pagamento, até hoje, às dezenas de colaboradores que todos os dias contribuem com grande peso para o JN e suas revistas, mostrando-se solidários “com quaisquer tomadas de posição da sua parte”.

No documento enviado à Lusa no final do plenário — que teve início às 17:00 e durou cerca de duas horas — os jornalistas manifestam a sua “gratidão e apoio inequívoco” à Direção do JN que hoje apresentou a sua demissão por “degradação das condições funcionais, tecnológicas e institucionais de exercício de funções, considerando que se tornou por demais evidente o desalinhamento estratégico” com a administração “perante as medidas anunciadas e em preparação para o Jornal de Notícias e suas revistas e suplementos”.

Expressam também solidariedade com as direções demissionárias do jornal O Jogo e da rádio TSF.

A Administração do GMG abriu um programa de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo que as compensações serão divididas por 18 meses, segundo um comunicado interno, noticiado a 11 de dezembro.

O GMG já tinha dito que iria negociar “com caráter de urgência” rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”, como anunciou a empresa no dia 06 de dezembro, num comunicado interno.

Esta quinta-feira, o Sindicato dos Jornalistas tinha já alertado que os trabalhadores a recibos verdes do GMG ainda não receberam o salário nem uma explicação para este atraso.