A oposição da Sérvia convocou para a noite desta terça-feira uma manifestação em Belgrado contra os resultados das eleições, ganhas, segundo os primeiros resultados oficiais, pelo partido do Presidente, que a coligação Sérvia contra a Violência (SPN) acusa de fraude.
“Convidamos todos os partidos e movimentos da oposição, os cidadãos, a sociedade civil, a juntarem-se a nós”, esta terça-feira às 18h00 (19h00 de Lisboa), em frente à comissão eleitoral (RIK), declarou um dos líderes da SPN, Miroslav Aleksic, numa conferência de imprensa em Belgrado.
A Sérvia votou no domingo em eleições legislativas e autárquicas em várias dezenas de cidades, incluindo Belgrado.
A nível nacional, os primeiros resultados oficiais deram a maioria ao SNS, com 46,7% dos votos, tendo o SPN obtido 23,5% dos votos. Na capital, o SNS foi o vencedor com 44,5%, seguido do SPN com 38,18% dos votos.
Resultados preliminares dão vitória ao atual partido no poder na Sérvia
Mas estes resultados estão a ser contestados: a oposição denunciou fraudes na capital e vários milhares de manifestantes concentraram-se em frente à RIK na segunda-feira à noite para pedir a anulação das eleições autárquicas.
As acusações de fraude foram confirmadas por um relatório preliminar da missão internacional de observação da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), Parlamento Europeu e Conselho da Europa, que apontou “compra de votos” e “interferência nas urnas”.
O SPN exige também ser convidado a aparecer “em direto” no programa noticioso da televisão nacional sérvia (RTS), acusando a estação televisiva de não ter noticiado as manifestações e as alegações de fraude.
“Dois terços dos cidadãos sérvios não sabem nada do que se está a passar”, lamentou outra responsável da coligação, Marinika Tepic.
Durante a campanha eleitoral, as aparições do Presidente da República, Aleksandar Vucic, monopolizaram cerca de 40% do tempo dos noticiários dos canais nacionais, segundo um estudo do Gabinete para Investigação Social (BIRODI). Este número sobe para mais de 70% se se somar a cobertura do Governo, do primeiro-ministro e do partido SNS.