O McLaren Group é, praticamente, uma instituição britânica. Por um lado, tem na McLaren Automotive (criada em 1985 e que até 2010 foi conhecida como McLaren Cars) um dos mais conceituados construtores mundiais de superdesportivos, dos poucos que conseguem rivalizar com “máquinas” como as da Ferrari e Lamborghini. Por outro lado, integra igualmente a McLaren Racing Limited, a equipa de F1 fundada em 1963 por Bruce McLaren e que já conquistou 183 vitórias em Grandes Prémios, além de 12 títulos de Campeões do Mundo para pilotos e oito para construtores.
A McLaren saltou agora para a ribalta não por sucessos na competição ou por mais um supercarro. O motivo prende-se com o facto de o construtor britânico estar em vias de passar a ser controlado a 100% pela família real do Bahrain. O fundo soberano do reino do Bahrain, o Bahrain Mumtalakat Holding Company BSC, que representa os interesses do país em tudo o que não diz respeito a petróleo ou gás natural, já era o maior accionista da McLaren, controlando cerca de 60% das acções. Agora sabe-se que os árabes estão a ultimar um acordo com os accionistas minoritários para passar a controlar a totalidade da empresa.
Segundo a Sky News, o acordo deverá ser finalizado antes do final do ano, sendo que um dos argumentos a favor desta manobra se prende com o facto de a complexa estrutura de capital da McLaren afastar colaborações com potenciais clientes, ou seja, com outros fabricantes que estejam interessados no imenso potencial tecnológico da empresa britânica.
A Mumtalakat tem aproveitado 2023 para incrementar paulatinamente o seu peso na McLaren, tendo adquirido uma fatia importante que até aqui era detida pelo fundo soberano da Arábia Saudita. O que deverá ser acordado na próxima semana é apenas mais um passo na estratégia do Bahrain para controlar a totalidade da empresa britânica.