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A Rússia e a Ucrânia procederam, esta quarta-feira, a uma troca de quase 500 prisioneiros de guerra na sequência de um acordo mediado pelos Emirados Árabes Unidos (EAU). As autoridades ucranianas indicaram que 230 prisioneiros ucranianos regressaram a casa, enquanto o Ministério da Defesa da Rússia disse que 248 dos seus militares foram “repatriados dos territórios controlados pelo regime de Kiev”.

O ministério russo precisou em mensagem na rede social Telegram que o acordo foi possível devido aos esforços de mediação dos Emirados Árabes Unidos, um importante parceiro da Rússia nas áreas humanitária, económica ou energética, e após um “complexo processo de negociação”.

“Mais de 200 dos nossos soldados e civis regressaram do seu cativeiro pelos russos”, anunciou por sua vez o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Mais tarde, no habitual discurso noturno, o Chefe de Estado ucraniano defendeu que foi “um dia muito bom para a Ucrânia”, frisando que “é muito importante manter a esperança”.

“Houve uma longa pausa nas trocas, mas não houve pausa nas negociações relativas às trocas. Aproveitamos todas as oportunidades, tentamos todas as opções de mediação”, afirmou o Presidente ucraniano.

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Segundo o comissário ucraniano para os direitos humanos, Dmytro Lubinets, exatamente 230 militares ucranianos foram trocados no decurso desta “49.ª permuta” entre Kiev e Moscovo desde o início da invasão militar russa em fevereiro de 2022.  “Foi a mais importante em termos de defensores [ucranianos] repatriados”, afirmou o centro ucraniano de coordenação responsável pelos prisioneiros de guerra.

No total, desde 24 de fevereiro de 2022, “regressaram a casa 2.828 defensores [ucranianos]”, afirmou esta quarta-feira Lubinets. Segundo os media ucranianos, a anterior troca de prisioneiros de guerra ocorreu em agosto passado.

Este anúncio coincide com uma recente escalada no campo de batalha entre russos e ucranianos, com ataques dos dois lados e que provocaram dezenas de mortos e feridos entre os civis.

No final de novembro, Dmytro Lubinets tinha acusado a Rússia de bloquear qualquer troca de prisioneiros de guerra. “As trocas não vão acontecer porque a Rússia não quer”, assegurou na ocasião.

Apesar deste novo acordo, milhares de prisioneiros de guerra ainda permanecem na posse dos dois campos. Nos últimos meses, Moscovo intensificou os processos para infligir pesadas penas a prisioneiros de guerra ucranianos.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.