O Coordenador de Comunicações Estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca realizou esta quarta-feira uma conferência de imprensa, em que voltou a abordar a ajuda financeira dos Estados Unidos à Ucrânia.

Nas últimas 48-72 horas, todos viram que a Rússia continua a realizar ataques de drones e mísseis, incluindo ataques balísticos, contra alvos na Ucrânia, não apenas militares, mas também alvos civis, e continua a tentar usar o inverno como arma, atacar suas infraestrutura”, começou por dizer John Kirby.

O coordenador acrescentou que é “tão importante que o pedido do presidente de financiamento adicional dos EUA seja aceite”.

No habitual discurso ao povo ucraniano, o Volodymyr Zelensky destacou a libertação de mais de 200 prisioneiros de guerra que estavam a ser mantidos em cativeiros russos.

Houve uma longa pausa nas trocas, mas não houve pausa nas negociações relativas às trocas. Aproveitamos todas as oportunidades, tentamos todas as opções de mediação”, afirmou o Presidente ucraniano.

Despite all of the challenges, we have good news today. 230 freed people.

Initially, there was no information about some of them being held captive. They were considered missing in action. It is critical to keep hope alive.

Prisoner swaps have been on hold for a long time, but… pic.twitter.com/H8JB1H7Mkj

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) January 3, 2024

Zelensky acrescentou que foi “um dia muito bom para a Ucrânia”, frisando que “é muito importante manter a esperança”.

As entregas de tecnologia oriundas da China aumentaram dez vezes desde o início de 2022. Microchips e outras ferramentas utilizadas para fabricar mísseis lideram produtos importados pela Rússia.

A China e a Rússia partilham o mesmo interesse político, que é desafiar e confrontar os EUA. O facto é que a Rússia foi impedida de importar maquinaria europeia, não tem outra escolha senão confiar na China”, afirmou Michael Raska, professor assistente na Universidade de Singapura, citado pelo Kyiv Independent.

As tropas russas atacaram Kharkiv durante a noite de hoje, recorrendo a dois mísseis S-300.

Este ataque não se traduziu em vítimas, mas danificou várias infraestruturas no centro da cidade, escreveu Oleg Syniehubov, governador do Oblast de Kharkiv, no Telegram.

A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) revelou hoje que foi impedida de aceder a salas de vários reatores da central nuclear de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, que têm sido afetadas por cortes de energia.

Ao longo das duas últimas semanas, não fomos autorizados a aceder às salas dos reatores das unidades 1, 2 e 6″, da maior central nuclear da Europa e que é controlada pela Rússia, referiu a AIEA em comunicado.

Segundo aquela agência, que tem tido uma equipa em permanência no terreno, esta é a primeira vez que os técnicos “não estão autorizados a aceder ao espaço do reator de uma das unidades que está desligada, onde estão localizados o núcleo do reator e o combustível”.

As tropas russas atacaram a região de Sumy 25 vezes durante o dia, ferindo um civil na comunidade de Velyka Pysarivka, partilhou a administração regional no Telegram.

Nestes ataques a Rússia terá usado morteiros, canhões autopropelidos, lançadores de granadas e sistemas de mísseis de lançamento múltiplo.

O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, considerou hoje que a Rússia “pode atacar a Europa dentro de poucos anos”, se os países europeus não “reforçarem as suas capacidades militares de forma substancial”.

“A Europa, enquanto tal, deve ser militarmente mais forte do que a Rússia”, sublinhou Tusk, numa conferência de imprensa em Varsóvia, escassos dias depois de o governo polaco ter anunciado que houve uma violação do espaço aéreo da Polónia “por um míssil de cruzeiro russo” com destino à Ucrânia.

Para Donald Tusk, Moscovo pode ter margem de manobra no Ocidente “se os países europeus não tirarem as suas conclusões sobre a reestruturação da economia russa em termos militares e se não reforçarem significativamente a sua capacidade industrial militar”.

Por causa da guerra na Ucrânia, a Polónia acelerou os seus planos de modernização e ampliação do Exército em anunciou que este ano gastará mais de 30.000 milhões de euros em compra de equipamento militar

Depois de o Político ter adiantado, segundo um funcionário anónimo da administração Biden e um diplomata europeu, que os Estados Unidos da América e a União Europeia queriam uma mudança de estratégia da parte da Ucrânia, a informação foi hoje negada.

O Departamento de Estado, através do porta-voz Matthew Miller, afirmou esta quarta-feira que essa informação “não é verdade”.

O governador regional de Mykolaiv denunciou, nas televisões ucranianas, que os ataques russos desta quarta-feira feriram cinco pessoas, incluindo uma menina de 15 anos.

De acordo com Vitalii Kim, as forças russas dispararam três mísseis russos S-300 contra Snihurivka, a cerca de 60 quilómetros de Mykolaiv.

Este ataque feriu uma mulher, dois guardas de segurança de um armazém com ajuda humanitária e a jovem, que “está em estado grave”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de França pronunciou-se esta quarta-feira, em comunicado, sobre o bombardeamento de Belgorod, que aconteceu no dia 30 de dezembro.

Para o MNE francês, a Rússia é um Estado agressor “que executa uma estratégia de terror, atingindo deliberadamente importantes objetos de infraestrutura civil, violando o direito humanitário internacional”.

A Rússia tem a oportunidade de pôr fim a este conflito e à tragédia humana que o acompanha, pela qual tem total responsabilidade. Para isso, deve retirar todas as suas tropas do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia”, acrescenta o comunicado.

A região de Kharkiv está sob alerta de ataque aérea, com pelo menos sete explosões a serem relatadas na região durante a tarde desta quarta-feira.

No Telegram, o governador do Oblast de Kharkiv, Oleg Syniehubov, pediu à população para se proteger.

Igor Trifonov, um criminoso condenado e antigo chefe da filial de Yekaterinburg do Ministério do Interior da Rússia, morreu na Ucrânia, em combate, de acordo com o seu advogado.

Trifonov liderou a filial de Yekaterinburg do Ministério do Interior da Rússia entre 2011 e 2017. Em 2022 foi condenado por suborno e posse de arma ilegal.

O partido do Presidente russo, Vladimir Putin, está a recrutar membros para o seu “exército privado”, a empresa mercenária Hispaniola, informou hoje a secreta militar ucraniana citada pela imprensa ucraniana.

De acordo com o serviço de informações militares ucraniano (HUR), o partido Rússia Unida adquiriu o seu próprio “exército privado” através da Hispaniola, e está a recrutar ativamente ‘hooligans’, ultranacionalistas e radicais de todos os géneros, incluindo neonazis e civis de regiões empobrecidas da Federação Russa e dos territórios ocupados na Ucrânia.

“Estes últimos são usados em ataques de ‘carne para canhão’ para criar o estatuto de ‘unidade de combate’”, descreve a secreta militar ucraniana citada pelo jornal Ukrainska Pravda, tendo sido referenciados em agosto de 2023 perto de um dos cenários mais sangrentos da frente ucraniana, em Bakhmut, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um ‘think thank’ norte-americano.

Mais recentemente, prossegue o jornal ucraniano, a Hispaniola está à disposição do partido de Putin e “a unidade terrorista reivindicou o estatuto de empresa militar privada, tendo iniciado uma campanha de recrutamento financiada por dinheiro da Rússia Unida.

O partido no poder na Rússia, formalmente presidido pelo ex-Presidente Dmitry Medvedev, injetou dinheiro no grupo e começou a procurar ativamente novos membros, assinala a agência ucraniana citada pelo jornal Kyiv Independent.

“Nos centros de recrutamento Hispaniola, que operam nos territórios ucranianos ocupados, são prometidos aos voluntários 220.000 rublos (cerca de 2.200 euros) por mês para participação direta em operações militares contra a Ucrânia”, afirma a DIU.

A secreta militar acrescenta que está igualmente previsto nos contratos, com a duração mínima de seis meses, “um incentivo adicional para morrer por Moscovo”, na forma de pagamento de seguros no valor entre um milhão de rublos (cerca de dez mil euros) por um ferimento ligeiro e três milhões de rublos (30 mil) por um ferimento grave e cinco milhões (20 mil) em caso de morte em combate.

“Mas os incentivos financeiros são apenas uma fachada. Para a maioria dos recrutas, a primeira batalha é uma passagem só de ida. Os russos não retiram nenhum recruta de ‘carne para canhão’ morto ou gravemente ferido do campo de batalha”, destaca a HUR, e estes combatentes acabam por ser registados como “desaparecidos” para evitar o pagamento de seguros às famílias.

O Ukrainska Pravda refere que em novembro passado o órgão de comunicação social russo Vazhnye Istorii informou que o Batalhão Hispaniola tinha começado a contratar mulheres para lutar em destacamentos de assalto.

Já em 30 de dezembro, a agência russa TASS noticiou que adeptos ‘ultras’ do futebol russo ligados à Hispaniola tinham estabelecido um destacamento especializado no uso de ‘drones’ ‘kamikaze’ de ataque e reconhecimento Privet na Ucrânia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, disse não acreditar que uma possível reeleição de Donald Trump pudesse afetar negativamente a Ucrânia.

“Trump é uma pessoa com quem se pode trabalhar, só é preciso saber como trabalhar com ele”, começou por dizer, numa entrevista no evento “Ukraine and the World Ahead”, publicada hoje no Ukrainska Pravda.

Apesar de evidenciar que, se Trump ganhar as eleições, “será completamente diferente do Presidente Joe Biden”, não deixa de ressalvar que os ucranianos estão “extremamente gratos por tudo” o que este tem feito.

No entanto, não excluindo o primeiro cenário, Kuleba enumera os feitos de Trump: “Quem é que vendeu a primeira arma americana à Ucrânia? O Presidente Trump. Quem iniciou o programa para dar à Ucrânia os seus primeiros navios de guerra, os barcos Island e Mark-6, gratuitamente? Trump. Quem é que lutou contra o gasoduto Nord Stream 2 e impôs sanções ao famoso, mas agora esquecido, navio Fortuna, que construiu o gasoduto? Foi Trump”.

Além disso, ministro rejeitou a possibilidade de qualquer acordo entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e Trump ou qualquer outro líder americano.

Desta forma, o ministro sublinha que “há muitos ‘ses’, mas a Ucrânia não deve ter medo de nada, nem de eleições, nem de políticos atuais ou futuros”, concluiu.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, anunciou hoje que a “NATO acedeu ao pedido da Ucrânia para uma reunião extraordinária na sequência dos ataques aéreos russos”.

“Um dos temas principais será o reforço da defesa aérea da Ucrânia. Um sinal importante da unidade Euro-Atlântica face à escalada do terror russo”, escreveu Kuleba, numa publicação no X, antigo Twitter.

NATO has supported Ukraine's request for an extraordinary NATO-Ukraine Council meeting in response to Russia's mass air strikes. One of the key topics will be strengthening Ukraine's air defense. An important sign of Euro-Atlantic unity in the face of Russian terror escalation.

— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) January 3, 2024

Para o Major-General Isidro Morais Pereira, “a Rússia ainda terá alguma capacidade para continuar a efetuar ataques como aqueles a que temos vindo a assistir”, mas “não há stocks ilimitados”.

Ouça aqui o “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.

“Rússia ainda terá capacidade para atacar”

O governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, pediu hoje às pessoas para “terem mais cuidado”, devido ao mais recente ataque da Ucrânia à região.

Segundo o mesmo, numa publicação de Telegram, “o grande número de bombardeamentos levou a que caíssem destroços de munições que não explodiram”, tendo uma sido encontrada na rua Krasnoarmeyskaya.

Desta forma, as autoridades decidiram “evacuar 323 casas individuais num raio de 500 metros”, tendo sido retiradas 600 pessoas, que vão “receber refeições quentes e chá” nos centros de acolhimento temporário.

O governador disse ainda que as “casas de onde foram retirados os moradores vão ser vigiadas pelas autoridades”.

Andrii Naumov foi libertado, após ter cumprido um ano de pena. O “traidor” ucraniano está proibido de abandonar a Sérvia, até que o “processo de recurso da sentença” esteja concluído.

Antigo general das secretas ucranianas, condenado na Sérvia por branqueamento de capitais, foi libertado