Não falou ao palanque do 24º Congresso do PS, mas, em entrevista ao Observador, Marina Gonçalves, ministra da Habitação e apoiante de Pedro Nuno Santos, assegurou que o que foi feito na habitação foi uma “reforma estrutural, não silenciosa, [que] está no terreno e acontece”. Também admitiu que o caminho na pasta que lidera não se faz só a continuar a política já aplicada, mas que também é necessário o “reforço dos instrumentos”.

“A política que estamos a executar começou antes e teve Pedro Nuno Santos como ministro da Habitação. O inconformismo faz com que as políticas não sejam estanques, não quer dizer que objetivo final não seja permanente e estável, definimos prioridade no parque público”, recorda em entrevista ao Observador, recusando que seja importante estabelecer a “paternidade” da política perante a possibilidade da direita vitoriosa colher os frutos do seu trabalho.

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Quanto ao posicionamento dos outros partidos à esquerda, Marina Gonçalves foi perentória: “Não nos distinguimos do Bloco de Esquerda, do PCP e do Livre quando falamos do reforço do parque público e da nossa prioridade, podemos discutir caminho nas medidas mais imediatas, mas não no objetivo final.”

Aliás, a ministra realça até que “a resposta direta [a Mariana Mortágua] é com aquilo que [o PS] defende e acredita para um objetivo que é comum” e está certa de que “chegará a fase das discussões” depois de 10 de março.

Questionada sobre a vontade que tem em continuar a ser ministra da Habitação, Marina Gonçalves, afastou-se da equação e garantiu que “o melhor para o país é que o PS tenha uma grande vitória” para que as políticas de habitação em vigor continuem a ser aplicadas. A ministra garante que a sua maior preocupação é a das “famílias que não tenho habitação digna compatível com os seus rendimentos”.