Depois de um comprometedor empate no Bessa frente ao Boavista que, longe de ser decisivo em termos de Campeonato deixou a liderança a cinco pontos (e o segundo lugar a quatro), o FC Porto ganhou um ânimo redobrado com o regresso aos triunfos na Taça de Portugal, “vingando” os dois desaires já sofridos frente ao Estoril na presente temporada com uma goleada por 4-0 na Amoreira. No entanto, há problemas externos que os responsáveis azuis e brancos continuam a apontar, neste caso tendo Vítor Baía, administrador da SAD, como porta-voz desse descontentamento dos dragões com situações no futebol nacional, a mais recente envolvendo Ángel Di María e um encosto de cabeça ao árbitro assistente no encontro com o Sp. Braga.

“Nos últimos jogos não tivemos um que fosse sólido, tranquilo e normal por parte das equipas de arbitragem. Não queremos que nos ajudem, nem queremos ser beneficiados. Queremos que deixem as equipas, com o seu valor e a sua qualidade, chegarem ao fim e que se diga que são campeãs por mérito próprio e não por influência de terceiros. Neste momento, sentimos que estamos a ser prejudicados, como se notou novamente no jogo do Bessa, ao não assinalar um penálti sobre o Eustáquio, que foi unânime. Estou a falar desse lance mas podemos falar de variadíssimos que têm acontecido ao longo da época”, começou por dizer o antigo capitão, em entrevista ao jornal O Jogo, enquadrando outros casos específicos dos erros apontados.

“Queremos igualdade de tratamento e não temos sentido isso. Não somos uma equipa de arruaceiros e os outros uma de anjinhos. Ainda [ante]ontem vimos uma situação gravíssima de um jogador do Benfica a encostar a cabeça a um auxiliar e não aconteceu nada. Esta é a impunidade que lutamos para que não aconteça (…) Se fosse o nosso capitão, o Pepe, a colocar a cabeça em frente à testa de um auxiliar [assistente], como aconteceu, estava tudo tratado. Eram primeiras páginas, quase irradiado. E não apareceu, o que é ainda mais grave, até ao nível da transmissão. Quando não aparece o lance e vemos apenas imagens fotográficas após o jogo terminar… Também é de uma gravidade incrível a forma como as pessoas são tratadas no FC Porto e nos nossos rivais”, apontou Vítor Baía, entre outros lances recordados.

“No caso do primeiro classificado [Sporting], vemos o lance gravíssimo com o Casa Pia que teve influência direta no resultado, temos o jogo de Faro em que o Hjulmand tinha de ser expulso e depois há aquele penálti fantasma no último minuto. Nas questões disciplinares, o Gyökeres, pela forma como joga, pela agressividade que coloca no jogo, já devia ter sido expulso em vários. Lembro-me do Famalicão, quando ainda estava 0-0, e do segundo amarelo na segunda parte. Até no jogo contra nós, o pisão que deu no tendão de Aquiles do Pepe, também de enorme gravidade”, visou o administrador da SAD dos dragões.

Já num plano mais interno, Vítor Baía mostrou-se 100% alinhado com Pinto da Costa e revelou que recusou uma abordagem anterior de André Villas-Boas. “O presidente falou comigo porque achava que, se ele não fosse candidato, eu estava preparado para assumir essa responsabilidade. E eu disse ao meu presidente que estaria com ele até ao fim, que não passava pelos meus objetivos ou pela minha cabeça deixar de estar com ele, porque tem sido um privilégio tremendo”, sublinhou, antes de apontar os propósitos que Pinto da Costa já referiu anteriormente para se voltar a candidatar. “Os mentores da campanha de André Villas-Boas, que são os senhores Antero Henrique e Raul Costa, convidaram-me em 2017/18 para fazer parte desse movimento, ao qual disse na altura que não. Não me revia nessas pessoas”, acrescentou Baía.

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