Apesar do investimento de Jim Ratcliffe, que vai controlar todo o futebol do Manchester United ao injetar cerca de 300 milhões de euros no clube, a equipa de Erik ten Hag continua à procura de dias bonitos. Com apenas duas vitórias nos últimos seis jogos, os red devils recebiam o Tottenham em Old Trafford — e sabiam que, provavelmente pela primeira vez em várias temporadas, os spurs eram favoritos.

Sem que sejam necessários textos de opinião, entrevistas ou publicações nas redes sociais para o entender, a verdade é que é cada vez mais notório que a permanência de Erik ten Hag à frente do Manchester United não é um assunto consensual. E Jamie Carragher, que até costuma ser uma voz mais crucial sobre o Liverpool onde foi capitão, assumiu esta semana a dianteira na hora de explicar que o treinador neerlandês não tem o apoio necessário para se manter no cargo.

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“Erik ten Hag está a ser testado como treinador do Manchester United desde o investimento de Jim Ratcliffe. É um treinador interino até ao final da temporada. A não ser que exista uma inversão significativa de resultados e exibições, terá de sair. Ninguém poderá convencer-me de que Ratcliffe comprou o United a pensar que Ten Hag já deu provas de que é um homem certo para o cargo a longo prazo. Está longe de ser intocável. Só posso reiterar o que penso sobre clubes do estatuto do United, do Arsenal, do Liverpool: nunca estão tão longe do topo como pode parecer. Com a história, os recursos e a influência que têm, só precisam do treinador certo na altura certa e de dois ou três jogadores de classe mundial para mudar tudo”, escreveu o antigo internacional inglês no jornal The Telegraph.

Era neste contexto que os red devils defrontavam um Tottenham que não contava com Son, que está com a Coreia do Sul na Taça Asiática, Bissouma e Sarr, que estão na CAN, Kulusevski, que estava castigado, e ainda James Maddison, Lo Celso e Ben Davies, que estão lesionados — mas que já tinha Timo Werner e Drăgușin, reforços de inverno. Assim, Ten Hag lançava Garnacho, Bruno Fernandes e Rashford no apoio a Højlund, com Ange Postecoglou a apostar em Werner, Richarlison e Brennan Johnson no setor ofensivo.

O Manchester United abriu o marcador logo nos instantes iniciais, com Højlund a finalizar da melhor maneira um contra-ataque letal (3′). Ainda dentro dos primeiros 20 minutos, porém, o Tottenham empatou por intermédio de Richarlison, que confirmou o bom momento, que cabeceou certeiro na sequência de um canto de Pedro Porro na esquerda (19′). Antes do intervalo, contudo, a equipa de Ten Hag conseguiu contrariar a superioridade dos spurs e colocar-se em vantagem, com Rashford a manter a recuperação da melhor forma com um pontapé cruzado na área (40′).

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Manchester United voltou do balneário algo adormecido, permitindo o empate num dos primeiros lances da segunda parte: Werner desequilibrou na esquerda, descobriu Bentancur à entrada da grande área e o uruguaio avançou para atirar em força e bater Onana (46′). Ten Hag mexeu à passagem da hora de jogo, trocando Eriksen por McTominay, e Postecoglou só fez substituições já dentro dos últimos minutos ao lançar Bryan Gil no lugar de Werner. Ainda assim, nada mudou.

Manchester United e Tottenham empataram em Old Trafford, num jogo onde a superioridade dos spurs foi evidente, e mantiveram os oito pontos que separam o 7.º lugar dos red devils do 5.º dos londrinos. A equipa de Erik ten Hag mantém-se assim fora da zona de apuramento para as competições europeias da Premier League, somando também a segunda jornada consecutiva sem vencer para o campeonato.