A NATO anunciou, esta quinta-feira, o início, na próxima semana, de manobras militares em grande escala, as maiores na Europa “em décadas”, que durarão vários meses e envolverão cerca de 90.000 soldados da Aliança Atlântica.
Nas manobras, batizadas como ‘Steadfast Defender 2024’ (‘Defensor firme 2024’) e que decorrerão até maio, participarão não só militares dos 31 Estados-membros da organização como também da Suécia, que se encontra em processo de adesão.
“A Aliança demonstrará a sua capacidade de reforçar a zona euro-atlântica através da deslocação transatlântica de forças da América do Norte. Este reforço decorrerá no âmbito de um cenário simulado de conflito emergente” contra um adversário, declarou o comandante supremo das Forças Aliadas na Europa (SACEUR, na sigla em inglês), o general norte-americano Christopher Cavoli, numa conferência de imprensa.
“Será uma demonstração clara da nossa unidade, da nossa força e da nossa determinação para nos protegermos mutuamente, para proteger os nossos valores e a ordem internacional assente em normas”, disse o general Cavoli.
A conferência de imprensa realizou-se no final de uma reunião de dois dias dos responsáveis da Defesa dos países aliados realizada em Bruxelas, numa altura em que se aproxima o segundo aniversário do início da invasão russa da Ucrânia.
Estas manobras assumirão a forma de um cenário de conflito contra um “adversário de dimensão comparável”, segundo a terminologia da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), assim se referindo à Rússia sem a nomear.
Participarão cerca de 50 navios de guerra, 80 aviões e 1.100 veículos de combate de todos os tipos. Trata-se do maior “jogo de guerra” desde o exercício “Reforger” em 1988, em plena Guerra Fria entre a União Soviética e a Aliança Atlântica. “É um recorde em termos de número de soldados”, sublinhou, na mesma conferência de imprensa, o almirante neerlandês Rob Bauer, chefe do comité militar da NATO, que reúne os chefes de Estado-Maior dos 31 países membros da organização.
O Reino Unido vai enviar 20.000 efetivos do Exército, da Marinha e da Força Aérea para as manobras militares, confirmou na segunda-feira o secretário da Defesa britânico, Grant Shapps.
O governante britânico revelou que cerca de 16.000 soldados, com tanques, artilharia e helicópteros, serão enviados pelo Exército britânico para toda a Europa de Leste no âmbito dessas manobras militares da Aliança, que funcionarão como preparação para repelir uma potencial agressão russa.
A Marinha britânica enviará mais de 2.000 efetivos em oito navios e submarinos, e mais de 400 comandos de fuzileiros navais serão enviados para o Círculo Polar Ártico.
Fontes do Ministério da Defesa indicaram à imprensa local que o exercício servirá de preparação contra uma potencial invasão por qualquer agressor de qualquer Estado-membro, sendo atualmente a Rússia e o terrorismo as principais ameaças.