“Quero que clarifiquemos as coisas e vejamos que medidas suplementares poderemos tomar relativamente a estas histórias de concorrência desleal”, disse o chefe do Governo francês, citado pela agência France-Presse, numa visita a uma exploração agrícola a duas horas de Paris.
Dirigindo-se aos agricultores, Gabriel Attal reconheceu que “não é normal que sejam impedidos de utilizar certos produtos”, ao mesmo tempo que “países vizinhos, Itália ou outros” o possam fazer.
Na visita a Parçay-Meslay, em Indre-et-Loire, duas horas a sul de Paris, a segunda em três dias, foi questionado sobre vários aspectos da crise no setor, como quebra de rendimentos, baixas pensões, complexidade administrativa, mudança de normas ou concorrência estrangeira.
O governante expressou apoio aos agricultores e prometeu a tomada de medidas adicionais em breve, nomeadamente relativamente aos pousios, numa altura em que as tensões voltam a aumentar.
Há dias que os agricultores franceses utilizam os seus tratores para bloquear as estradas e abrandar o trânsito em toda a França, em busca de uma melhor remuneração para os seus produtos, menos burocracia e proteção contra as importações.
Na sexta-feira, o Governo anunciou uma série de medidas que, segundo os agricultores, não satisfazem plenamente as suas reivindicações, que incluem a “simplificação drástica” de certos procedimentos técnicos e o fim progressivo dos impostos sobre o gasóleo para os veículos agrícolas.
Alguns agricultores ameaçaram concentrar-se em Paris, a partir de segunda-feira, para bloquear as principais estradas que conduzem à capital.