O partido Junts pela Catalunha cumpriu com a sua ameaça e votou contra a proposta de lei da amnistia dos independentistas catalães, obrigando o governo de Pedro Sánchez a renegociar. Durante a manhã desta terça-feira, o partido de Carles Puigdemont deixou claro que não concordava com a atual proposta e que ia votar contra se não houvesse alterações de última hora.

Sem concessões por parte do PSOE, o partido de Puigdemont cumpriu com a palavra e travou a aprovação da lei da amnistia dos independentistas no plenário dos deputados de Espanha. O ex-presidente do governo regional catalão, Carles Puigdemont seria um dos principais beneficiários da medida. De acordo com o El País, o PSOE chumbou todas as emendas propostas pelo Junts, incluindo a inclusão de todos os delitos de terrorismo na lei da amnistia.

A lei teve 171 votos a favor e 179 contra, sete deles de deputados do Junts, mas não foi chumbada em definitivo, já que não houve maioria absoluta de votos. A proposta voltará agora à comissão de justiça, onde poderão ser introduzidas alterações ao texto.

Entre os 179 votos contra estiveram sete do grupo parlamentar do Juntos pela Catalunha (Junts ou JxCat), de Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde 2017 para fugir à justiça espanhola após ter protagonizado uma declaração unilateral de independência da Catalunha naquele ano.

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O JxCat votou ao lado dos partidos da direita, incluindo o Vox, que se opõem à amnistia, por não concordar com a versão da lei que foi a votos esta terça à tarde e querer introduzir-lhe alterações que ampliem o âmbito de aplicação, dando mais garantias de que Puigdemont e outros líderes separatistas serão amnistiados.

“O Junts não pode participar nisto e deixar todos os separatistas catalães expostos à arbitrariedade do sistema judicial espanhol politizado”, justificou Míriam Nogueras, porta-voz do Junts esta tarde. Aos olhos da deputada, a atual proposta é demasiada seletiva e com demasiadas lacunas.

O PSOE de Sánchez não cedeu à pressão do Junts e frisou que as acusações por terrorismo não podem ser perdoadas no âmbito da amnistia. Internacionalmente, o voto contra a lei da amnistia é visto como um golpe à liderança de Sánchez, conforme escreve a agência Reuters. 

A amnistia foi uma exigência dos partidos independentistas da Catalunha para viabilizarem o último Governo do socialista Pedro Sánchez, em novembro do ano passado.