O Lancia Ypsilon, o único modelo que manteve a marca italiana viva ao longo dos últimos 13 anos, pode finalmente arrumar as botas, uma vez que foi apresentado o seu sucessor que, do antigo, mantém apenas a denominação. Alinhado com o novo posicionamento deste construtor italiano dentro do Grupo Stellantis, em paralelo com a Alfa Romeo e a DS, o Ypsilon evolui em todos os aspectos, das dimensões à potência e variedades mecânicas, sendo talvez o mais evidente o acréscimo de sofisticação e estilo.
O primeiro pormenor a saltar à vista no novo Ypsilon é a estética, com um misto de arrojo futurista e regresso ao passado, recuperando soluções celebrizadas pelo mítico Lancia Stratos, visíveis ao nível dos farolins traseiros. Mas a aparência sofisticada não esconde um incremento considerável das dimensões, com o “velho” citadino Ypsilon, com 3,837 m de comprimento e 1,676 m de largura, além de uns acanhados 2,390 m entre eixos, a evoluir para um Ypsilon utilitário, em que o comprimento sobe para pelo menos para 4,055 m, a largura para 1,745 m e a distância entre eixos para 2,540 m. Isto deixa antever um habitáculo substancialmente maior, ao nível do Peugeot 208 e do Opel Corsa, tanto mais que herda a mesma plataforma do Grupo Stellantis.
Libertadas agora as fotos oficiais, o novo Lancia Ypsilon tem apresentação formal agendada para 14 de Fevereiro, sendo que será lançado com uma série especial denominada Cassina, limitada a 1906 unidades, precisamente o ano de fundação da marca. E, ao contrário do antigo, que nos últimos anos era apenas comercializado em Itália e por um preço reduzido, o novo Ypsilon não será barato e vai estar disponível em todos os mercados europeus.
Para motorizar o seu novo utilitário, a marca italiana deita mão às mesmas mecânicas dos 208 e Corsa. O arranque caberá à variante 100% eléctrica, que depois será reforçada por uma versão mild hybrid, um híbrido ligeiro que recorre ao motor com três cilindros e 1,2 litros sobrealimentado, com uma “pequena” electrificação para retirar uns meros décimos de litro ao consumo. Se esta motorização promete ser (substancialmente) a mais barata, tudo indica que a Lancia aposta forte no Ypsilon eléctrico, para o qual já anunciou não o motor ou a capacidade da bateria, mas sim uma autonomia de 402 km.
Esta distância entre visitas ao posto de carregamento, uma vez comparada com a oferta eléctrica do 208 e do Corsa, deixa antever que o Lancia vai montar o motor mais potente (com 156 cv, em vez da versão mais acessível com 136 cv), bem como a bateria com maior capacidade (com 50,8 kWh em vez de 46,3 kWh). Isto porque o conjunto motor pequeno e bateria a condizer, o que não faria muito sentido numa marca que pretende ser luxuosa, assegura apenas uma autonomia entre 350 e 363 km, dependendo da largura e do diâmetro dos pneus.