Mal comparado, foi uma manhã à Phelps, à Dressel ou como tantos outros de nível mundial que nas grandes competições chegam ao pavilhão, entram na piscina, saem, passam pelos balneários, voltam outra vez e vão de novo para o hotel com caras de quem poderia estar nisto o dia todo. Neste caso, com Diogo Ribeiro como protagonista, não com os mesmos resultados dos supracitados mas com uma cadência de provas semelhantes que renderam outra presença numa meia-final, a terceira nestes Campeonatos do Mundo de Doha.

Mais um momento histórico que não veio só: Diogo Ribeiro sagra-se campeão mundial depois da prata em 2023

A começar, o jovem nadador português de 19 anos começou por ficar na terceira posição na oitava e última eliminatória dos 100 metros mariposa, terminando com o tempo de 51,78 já perto daquele que é o recorde pessoal e nacional de 51,45 feitos no ano passado no Funchal. O austríaco Simon Bucher foi o mais rápido com 51,42, seguido pelo neerlandês Nyls Korstanje (51,70). Assim, Diogo Ribeiro ficou com o quinto tempo, também atrás de Katsuhiro Matsumoto (Japão, 51,60) e Adilbek Mussin (Cazaquistão, 51,75).

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Uma quebra final que não apaga o grande início: Diogo Ribeiro termina 100 metros livres dos Mundiais no 11.º lugar

Menos de uma hora depois, Diogo Ribeiro voltou a entrar na piscina, neste caso para fazer as eliminatórias dos 50 metros livres. A entrar na penúltima de 12 séries, o atleta do Benfica acabou na sexta posição com o tempo de 22,14, falhando o acesso às meias-finais por apenas duas centésimas sendo o 18.º registo. Miguel Nascimento, também dos encarnados, fechou a qualificação em 26.º com a marca de 22,25. Ainda assim, ficava claro que era na mariposa que estavam centradas todas as atenções de Diogo Ribeiro, que antes tinha conquistado a medalha de ouro nos 50 metros mariposa e tinha ficado em 11.º nos 100 metros livres.

A emoção no hino, a recordação para a mãe e uma bandeira: “O início não foi bom mas estou tão feliz por ser campeão mundial”

Olhando para as três grandes provas internacionais feitas até ao momento por Diogo Ribeiro (sem contar com os Europeus de Pista Curta, onde chegou num momento diferente e sem grandes metas desportivas), o português tinha conseguido chegar à final dos 100 metros mariposa dos Europeus de Roma em 2022 (ficou na oitava posição na final), tinha ganho o ouro nos Mundiais de juniores de Lima em 2022 e falhara a final nos Mundiais absolutos de Fukuoka do ano passado, acabando na 13.ª posição. E, entrando na segunda série das meias, partia com uma “informação privilegiada”: fazendo um tempo como o que alcançara de manhã e acabando nas seis primeiras posições, estaria mesmo na decisão da prova tendo em conta que o terceiro da primeira meia-final alcançara 51,78. Conseguiu. Ou melhor, superou as maiores expetativas.

“Notável feito de dimensão global. Que grandeza!”: as reações ao título mundial de Diogo Ribeiro nos 50 metros mariposa

Com o tempo de saída semelhante aos principais favoritos na segunda meia-final, Diogo Ribeiro virou na terceira posição mas voltou a ter uma grande recuperação que lhe permitiu não só acabar em primeiro com aquele que seria o melhor tempo das duas séries mas também bater o seu recorde pessoal e nacional (51,30). Seguiram-se Jakub Majerski (Polónia, 51,33), Simon Bucher (Áustria, 51,39), Mario Molla Yanes (Espanha, 51,48) e Nyls Korstanje (Países Baixos, 51,75). Da primeira série ficaram apurados para a decisão apenas três nadadores: o experiente e multimedalhado Chad Le Clos (África do Sul, 51,70), Josif Miladinov (Bulgária, 51,72) e Zach Harting (EUA, 51,78). A final realiza-se este sábado, a partir das 16h42.