O presidente da Câmara Municipal do Porto afirmou, esta quinta-feira, que a comunicação social atravessa uma grave crise de sustentabilidade e autonomia financeira e que a informação, como um bem público, deve ser devidamente protegida pelas instituições democráticas.

“Estamos, de facto, a assistir a uma grave crise nos media portugueses. Para além das frágeis condições de trabalho dos jornalistas, a comunicação social debate-se com sérios problemas de sustentabilidade e autonomia financeira”, disse Rui Moreira na sessão de apresentação do anuário 2023 da Lusa que decorreu esta quinta-feira naquela autarquia.

Segundo o independente, o tradicional modelo de negócio da comunicação social baseada em receitas publicitárias está esgotado.

E a transição para o digital não gera ainda os proveitos necessários para sustentar a dispendiosa atividade informativa, reforçou.

Rui Moreira assumiu estar muito preocupado com a situação do setor em Portugal que decorre da consciência aguda do papel do jornalismo no funcionamento do regime democrático e no pleno exercício da liberdade de informar e de ser informado.

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“Que não haja dúvidas, a informação é um bem público e, por isso, deve ser devidamente protegida pelas instituições democráticas e pela sociedade em geral”, entendeu.

Confessando ser um amante da fotografia, o presidente da câmara ressalvou que o anuário da Lusa retrata de forma rigorosa a vida pública portuguesa em 2023, bem como a complexidade do mundo e a sua enorme diversidade cultural.

Dizendo que a Lusa faz “um jornalismo responsável, plural, independente e atento ao que se passa em Portugal e no mundo”, o independente recordou que a agência alimenta os principais meios de comunicação social portugueses garantindo-lhes uma cobertura abrangente dos acontecimentos internacionais, nacionais e locais.

“Nunca é demais sublinhar a importância da Lusa para a atualidade informativa e o debate público, para a promoção da cidadania ativa e esclarecida e para a defesa da língua e da cultura portuguesa”, sublinhou.

O anuário, que foi apresentado em Lisboa a 8 de fevereiro e cuja capa tem uma fotografia do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, junta mais de 200 fotos dos principais acontecimentos do ano.

A par das apresentações estão a decorrer três exposições fotográficas.

Desde 8 de fevereiro até 8 de março que está presente na sala um do âmbito Cultural do El Corte Inglês, em Lisboa, uma exposição com 14 fotografias.

Entre esta quinta-feira e 1 de março está patente na Câmara Municipal do Porto uma exposição da Lusa com cerca de 35 fotos e uma retrospetiva das 10 edições anteriores.

E, também esta quinta-feira, uma outra exposição arrancou, em modelo itinerante, na Fnac de Santa Catarina, no Porto, que terminará em janeiro de 2025 na Fnac do MarShopping, no Algarve.