Pedro Calado, que deixou a presidência da Câmara Municipal do Funchal no âmbito da operação na Madeira, chegou ao arquipélago este sábado, depois de 21 dias detido à espera das medidas de coação, e começou por deixar uma mensagem de agradecimento pelo apoio dos madeirenses.
“Cada uma das partes está a fazer o seu trabalho e compete-nos apresentar a defesa e justificar tudo aquilo de que fomos acusados”, explica, frisando que o juiz fez um “trabalho exemplar porque teve tempo de analisar o que estava no processo”. Ainda que reconheça que se tratou de um “tempo excessivo”, descreveu-o como “o tempo necessário” para “verificar o que estava em causa”.
E prossegue: “Foi bom que houvesse esse tempo para analisarem, questionarem, para esclarecimentos e para a decisão.” Pedro Calado refere que deixou a presidência da câmara do Funchal porque “não era compaginável” o processo com o cumprimento de funções, frisando que “não faz mais tenções de voltar a exercer qualquer cargo político, público ou partidário” — “Não me considero um político profissional e neste momento vou-me concentrar na defesa deste processo e voltar à minha atividade privada.”
Com “respeito e humildade perante a justiça”, Pedro Calado assegura que pretende “colaborar sempre” com a justiça e pede “alguma privacidade”.
Estamos certos de que não cometemos quaisquer ilegalidades processuais”, assegura, Pedro Calado, deixando claro que “não se misturam amizades com situações profissionais”. E segue para justificar: “Aqui na Madeira temos a particularidade de sermos uma região pequena, temos um relacionamento diferente do que possa acontecer no continente, mas também temos cabeça para saber honrar compromissos profissionais.”
Questionado sobre se pretende apresentar queixa pelo tempo em que esteve detido, disse que “neste momento não é importante” e que, “quanto às indemnizações, não está nada definido e se algum dia houver alguma será revertido para instituições públicas de solidariedade social”.