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Israel afirmou, esta segunda-feira, que não recuará após declarar o Presidente brasileiro, Lula da Silva, ‘persona non grata’ por equiparar a ofensiva em Gaza ao Holocausto, após o Brasil ter chamado o embaixador em Telavive para consultas.
“Não nos deixaremos intimidar até que o Presidente brasileiro [Lula da Silva] peça desculpa e retire o seu incitamento antissemita contra o povo judeu e contra Israel”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, na conta pessoal X (ex-Twitter). Até lá, acrescentou, o Presidente brasileiro “será uma personalidade indesejada no Estado de Israel”.
לא נרכין ראש. עד שנשיא ברזיל לולה @LulaOficial לא יתנצל ויחזור בו מדברי ההסתה האנטישמיים שהטיח בעם היהודי ובישראל – הוא יהיה אישיות בלתי רצויה במדינת ישראל.
— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) February 19, 2024
Com estas declarações, o chefe da diplomacia israelita reagiu à notícia de que o governo brasileiro chamou o embaixador em Telavive para consultas, ao mesmo tempo que convocou o embaixador do Estado judeu em Brasília, Daniel Zonshine, numa crise diplomática crescente entre os dois países, à medida que prossegue a ofensiva militar de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.
O chefe da diplomacia brasileiro, Mauro Vieira, convocou o embaixador israelita para comparecer no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, onde participa na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 na quarta e quinta-feira, segundo o Governo brasileiro.
Lula da Silva declarado ‘persona non grata’ por Israel após falar sobre Gaza e Holocausto
Brasília também chamou de volta o embaixador brasileiro em Telavive, Frederico Meyer, que regressará terça-feira ao Brasil, depois de ter sido convocado hoje pelo governo israelita para o informar da dura reação do Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, às declarações de Lula da Silva.
A polémica foi desencadeada no domingo, quando, em declarações à imprensa durante uma viagem à Etiópia, Lula da Silva comparou a campanha militar israelita em Gaza ao Holocausto.
O Presidente brasileiro disse que o confronto “entre um exército muito preparado contra mulheres e crianças” nunca tinha acontecido antes na história, exceto “quando Hitler decidiu matar os judeus” na Segunda Guerra Mundial.