O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) indica que o grupo VITA, que surgiu na sequência do trabalho da Comissão Independente sobre abusos na Igreja Católica, já apresentou a primeira proposta para “possíveis critérios a seguir na atribuição de uma reparação moral, em termos financeiros”, às vítimas de abusos. Uma proposta que foi “pedida pela CEP”, é ainda dito.
Na nota, divulgada esta terça-feira, é explicado que alguns representantes do grupo VITA estiveram presentes na reunião do Conselho Permanente da CEP, que decorreu esta segunda-feira em Fátima. No encontro, foram “traçadas linhas de continuação do diálogo encetado, de modo a configurar uma proposta de procedimentos que envolva as Comissões Diocesanas da Proteção de menores, a qual será apresentada à Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa”, é ainda explicado.
A Igreja Católica em Portugal diz que continua “a manifestar a sua total disponibilidade para acolher e escutar as vítimas a quem foram infligidas tão duras vivências” e reafirma a “firmeza na implementação de uma cultura de proteção e cuidado das crianças, jovens e adultos vulneráveis no âmbito eclesial, contribuindo também para o diálogo sobre a violência sexual de crianças na sociedade em geral”.
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A próxima reunião da Assembleia Plenária da CEP vai realizar-se de 8 a 11 de abril, em Fátima.
Num comunicado divulgado este mês, o grupo VITA disse já ter recebido 71 pedidos de ajuda e realizado 45 atendimentos.
Ao longo de quase um ano, a Comissão Independente validou 512 testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas de abusos na Igreja Católica em Portugal.