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O primeiro navio de ajuda humanitária começou esta sexta-feira à tarde a descarregar na Faixa de Gaza 200 toneladas de alimentos, após a viagem inaugural de um corredor marítimo humanitário para o enclave palestiniano, anunciou a organização responsável pela operação.
“Acabámos de entregar duas caixas a partir da barcaça”, anunciou o chef José Andrés, da organização World Central Kitchen (WCK), na rede social X.
Today @WCKitchen is reaching 37 million meals in Gaza. On the same day that we hoped to finish our Jetty and download 200 tones on a pilot test before bad weather. So far 2 crates already delivered from the @openarms_fund barge.????But still more to do next few ours…#FeedTheNorth pic.twitter.com/3ECfsKalbR
— Chef José Andrés ????️???????? (@chefjoseandres) March 15, 2024
O responsável da organização não-governamental (ONG) acrescentou: “Mas ainda há mais para descarregar nas próximas horas”.
Após três dias de navegação a partir de Chipre, o navio “Open Arms” chegou esta sexta-feira à costa de Gaza, naquela que foi a primeira viagem no corredor marítimo humanitário promovido pela União Europeia (UE), com o objetivo de aliviar a fome no enclave palestiniano face à escassa ajuda que entra por terra após mais de cinco meses de guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.
O navio espanhol transporta 200 toneladas de farinha, arroz, lentilhas, grão-de-bico, atum e outros produtos básicos que serão convertidos num milhão de refeições para os habitantes do enclave.
“Hoje, a World Central Kitchen tem como objetivo 37 milhões de refeições em Gaza“, disse ainda José Andrés, na rede social X.
A ONG afirmou estar a descarregar “alimentos desesperadamente necessários“, depois de grupos humanitários e a ONU terem avisado há dias que nem a ajuda marítima nem a ajuda aérea podem substituir os alimentos que chegam por terra.
Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos (EAU), país que colaborou com a ONG e Chipre neste corredor marítimo, confirmou o “sucesso” da chegada da ajuda humanitária ao norte da Faixa e elogiou os “esforços vitais dos líderes de Chipre, da World Central Kitchen e dos parceiros internacionais para reforçar a resposta humanitária”.
No entanto, recordou que “a exacerbação da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza exige uma abordagem internacional coletiva” para evitar que a população civil sofra ainda mais e para assegurar de forma sustentável a entrega de ajuda “urgente, segura, sem entraves”.
A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) advertiu, na quinta-feira, que “embora qualquer aumento da ajuda a Gaza seja vital, é a entrada por terra que permite uma resposta em grande escala“.
“Os atores humanitários afirmaram que as entregas por via marítima e aérea são muito mais dispendiosas e ineficazes do que o envio de camiões por terra”, acrescentou.
Um segundo carregamento de 400 toneladas de alimentos, retido no porto cipriota de Larnaca, deverá chegar nos próximos dias, disse na quinta-feira à agência de notícia espanhola EFE Juan Camilo Jimenez, diretor de resposta da WCK.
Devido à guerra em Gaza, que começou após o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita a 7 de outubro de 2023, 85% da população de Gaza foi deslocada e 60% das infraestruturas, segundo a ONU, foram danificadas ou completamente destruídas.
Grande parte da população sofre de fome e pelo menos 27 pessoas, na sua maioria crianças, morreram só no norte do enclave devido a subnutrição aguda, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, no poder no enclave desde 2007.
No total, o número de mortos é de cerca de 31.500 e há mais de 73.400 feridos, 72% dos quais são mulheres e crianças, de acordo com as autoridades locais.