Um grupo de apoiantes do coletivo Climáximo pintaram parte da sede da EDP, em Lisboa, de vermelho, e deixaram uma mensagem na ponte pedonal junto ao MAAT, também na capital. Na ponte pedonal, foi escrita a mensagem “fechar centrais de gás”.

Em comunicado, os ativistas referem que quiseram deixar uma mensagem no dia em que se assinala a Meia Maratona da EDP. Criticam a empresa pelos “ataques contra a vida” e lembram que  é preciso uma “sociedade livre da influência e das mentiras da indústria fóssil e de desativar as armas que estão a matar milhões de pessoas, com o encerramento das centrais de produção de eletricidade a gás até ao final deste ano.”

A mensagem deixada na ponte pedonal junto ao MAAT

Os ativistas dizem que querem denunciar “as práticas de ‘greenwashing’ e as mentiras da EDP ao proclamarem-se ‘verdes'”. Sara Gaspar, biológa de 30 anos e porta-voz da ação, é citada na nota de imprensa, onde refere “a apoderação de espaços culturais e desportivos e que a publicidade não apaga a realidade”.

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O coletivo continua a defender a necessidade de “encerrar as centrais de produção de eletricidade através de gás fóssil ainda este ano, com a adaptação da rede elétrica e um mix energético renovável que permita 100% de eletricidade produzida através de energia renovável em Portugal, sem deixar os trabalhadores para trás”.

Esta é a sexta ação em duas semanas feita por apoiantes do Climáximo. Para além do protesto contra a EDP, os ativistas fizeram também uma ação no Aeroporto de Lisboa contra a construção de um novo aeroporto. Usaram tinta para pintar os painéis de voo e ainda as máquinas de acesso às portas de embarque.

Manifestantes atiram tinta vermelha a ecrãs e pintam leitores das cancelas de embarque do aeroporto de Lisboa

Já esta semana, estiveram no Campo de Golfe de Oeiras com um protesto onde construíram uma horta comunitária, argumentando que é preciso “parar o consumo desnecessário e de luxo”.

Ativistas da Climáximo transformam campo de golfe de Oeiras em “horta urbana”

Também houve uma ação na noite eleitoral, quando atiraram tinta vermelha contra a fachada do hotel Sana Marquês, indicando tratar-se de um protesto contra a Aliança Democrática. Durante a campanha, atiraram tinta verde a Luís Montenegro, durante uma visita à Feira de Turismo de Lisboa, na FIL.

Estudantes do movimento fim ao fóssil atiram tinta a Montenegro

O Climáximo contestou na tarde deste domingo a detenção, em Lisboa, de duas apoiantes que tiravam fotos à ponte da EDP junto ao museu MAAT, pintada pelo movimento, e às quais alegadamente foram apreendidos os telemóveis e os sapatos.

A Lusa contactou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, que disse não ter conhecimento do caso, e tentou, sem sucesso, contactar o porta-voz da estrutura policial. Em comunicado, o movimento disse que duas apoiantes foram detidas e levadas para uma esquadra em Belém “por tirarem fotos à ponte da EDP sobre o MAAT [Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia]”.

O movimento referiu que as duas apoiantes foram, inicialmente, abordadas por uma agente da polícia à paisana, tendo sido depois revistadas e “detidas ilegalmente por ‘suspeita ao crime de dano’”. “Esta é a segunda vez que pessoas são detidas ilegalmente num evento desportivo da EDP”, notou, referindo-se à Meia Maratona de Lisboa, patrocinada pela elétrica.