Quase 40% das empresas portuguesas destinam menos de 25% das suas despesas de capital em iniciativas que visam a descarbonização, segundo uma análise do CDP e da Oliver Wyman, divulgada esta terça-feira.
Estas conclusões resultam de uma análise baseada em dados de 1.600 empresas europeias, que representam 89% da capitalização bolsista da região, fornecidos ao CDP — Disclosure Insight Action, a organização sem fins lucrativos que gere o sistema global de divulgação ambiental.
Segundo a análise, mais de metade das empresas dos principais setores com emissões elevadas afirmam que o acesso ao capital é uma preocupação fundamental nos esforços de descarbonização.
“Muitas empresas ainda não estão a conseguir reduzir as suas emissões de carbono à escala e ao ritmo de que necessitamos atualmente, e apenas uma em cada cinco está a fazer progressos substanciais em áreas-chave”, refere o relatório Get the Money Moving.
De acordo com as entidades, em muitas indústrias, a economia fundamental não está a evoluir com rapidez suficiente para tornar atrativa uma mudança rápida e em grande escala para modelos de negócio mais sustentáveis.
As empresas de eletricidade, apontam, que são essenciais para a eletrificação e descarbonização dos transportes e da indústria pesada, poderão ter um défice de 285.000 milhões de euros até 2030 para atingir os 1,9 biliões de euros de investimento necessários em energias renováveis.
“Se o investimento não acompanhar o ritmo da procura de produtos e serviços ecológicos, 20% das empresas europeias preveem perder clientes para soluções alternativas“, alerta o relatório.