A Câmara de Lisboa decidiu esta quarta-feira atribuir a Medalha de Honra da Cidade ao cardeal José Tolentino de Mendonça e a Medalha de Mérito Cultural a Título Póstumo à cantora Sara Tavares e à fadista Maria João Quadros.
Em reunião pública do executivo municipal, a proposta para atribuição da Medalha de Honra da Cidade ao cardeal José Tolentino de Mendonça foi apresentada pelo presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), e subscrita pelos vereadores de PSD/CDS-PP, PS e PCP.
Por escrutínio secreto, a proposta foi aprovada por unanimidade, com os votos a favor dos 17 membros da câmara.
Poeta, teólogo e biblista, José Tolentino de Mendonça nasceu em 15 de dezembro de 1965 em Machico, na ilha da Madeira. Iniciou os estudos de teologia em 1982, foi ordenado padre em 1990, tornando-se sacerdote na diocese do Funchal, e foi nomeado, em 2011, consultor do Conselho Pontifício da Cultura. Em outubro de 2019 foi elevado a cardeal pelo Papa Francisco.
“Com uma imensa capacidade de diálogo através da cultura e das artes, agrega consensos, pelas suas qualidades pessoais e humanas, pelas elevadas responsabilidades que tem assumido é uma personalidade portuguesa de expressão universal, com reconhecidos contributos em prol da paz e do desenvolvimento”, realça a proposta da câmara.
Também por unanimidade, a câmara aprovou a atribuição da Medalha de Mérito Cultural a Título Póstumo à cantora Sara Tavares, que nasceu em Lisboa, a 1 de fevereiro de 1978, e faleceu a 19 de novembro de 2023, aos 45 anos.
“Sara Tavares foi uma artista que se pautava pela entrega, simplicidade e humildade, fazendo da música uma autêntica linguagem universal, na qual a diversidade e o entrosamento culturais representavam, em simultâneo, uma tónica dominante e uma das suas mensagens essenciais. Com uma carreira invulgar e uma voz mágica, Sara Tavares morreu cedo demais”, lê-se no documento.
Com um voto em branco e 16 a favor, o executivo decidiu ainda atribuir a Medalha de Mérito Cultural a Título Póstumo à fadista Maria João Quadros, que nasceu em Nampula, Moçambique, em 1950, e faleceu em Lisboa, a 8 de dezembro de 2023, aos 73 anos.
“Com atividade artística intensa em casas de fado, clubes e festas de caridade, Maria João Quadros possui vários discos editados, nos quais abundam letras da autoria do poeta e letrista Tiago Torres da Silva”, refere a proposta, indicando que a fadista acabou por “influenciar gerações mais recentes do fado, que muito aprenderam e cresceram com a sua presença, com a sua forma de ser e estar”.
Por unanimidade, a câmara viabilizou também uma proposta do vereador da Cultura, Diogo Moura (CDS-PP), para o aumento do perímetro urbano abrangido pelo topónimo “Jardim Zé Pedro” ao Jardim à Rua General Silva Freire, nos Olivais, que pretende homenagear o músico Zé Pedro, guitarrista e fundador do grupo de rock português Xutos & Pontapés, que faleceu aos 61 anos, em 30 de novembro de 2017, em Lisboa.
À semelhança de anos anteriores, a câmara aprovou, por unanimidade, a transferência de verba para as 22 coletividades participantes nas Marchas Populares em 2024, no valor global de 660 mil euros, repartido em partes iguais de 30 mil euros.
Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) — que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta —, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.