A Apple avançou com o despedimento de 614 trabalhadores, naquele que é o primeiro grande corte conhecido na tecnológica desde a pandemia de Covid-19. A saída de funcionários foi comunicada ao Departamento de Emprego do estado da Califórnia, onde a empresa está sediada.
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A comunicação destes despedimentos foi feita a 28 de março, escrevem a Bloomberg e o Wall Street Journal. O corte estará ligado à decisão de cancelar dois projetos – o carro elétrico, conhecido como Apple Car, e o projeto de desenvolvimento da próxima geração de ecrãs. Embora a empresa nunca tenha confirmado que estava a trabalhar nestas áreas, há vários anos que o registo de patentes e algumas parcerias com outras empresas alimentavam os rumores.
Na Califórnia, as empresas têm de comunicar à agência estatal quantas pessoas é que deixam de trabalhar em determinado escritório. A Apple apresentou oito comunicações, correspondentes a diferentes escritórios na região de Santa Clara.
Pelo menos 87 trabalhadores vão sair da morada que corresponde às instalações do projeto de desenvolvimento de ecrãs, revela a Bloomberg. Noutro dos registos, foi usada a morada do edifício onde trabalhavam os engenheiros ligados ao carro elétrico, havendo pelo menos 371 pessoas afetadas.
Os despedimentos vão ter efeito a 27 de maio. A Apple não teceu comentários sobre estas comunicações feitas à agência estatal da Califórnia.
No ano passado, Tim Cook, CEO da Apple, disse que a redução do número de trabalhadores seria o último recurso para a empresa, que tem passado por um período de menos vendas, principalmente na China. A tecnológica tem, até agora, passado ao lado da vaga de despedimentos que afetou outras big tech, como a Amazon, Meta e Google, de onde já saíram milhares de funcionários desde 2022.
Além de um abrandamento das vendas, a Apple também enfrenta cada vez mais desafios. Há cerca de duas semanas, o Departamento de Justiça dos EUA e 16 estados norte-americanos processaram a empresa por comportamentos anticoncorrenciais. Antes disso, a Comissão Europeia anunciou uma multa de 1,84 mil milhões de euros à Apple, devido a uma queixa movida pelo Spotify.
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