A Apple Inc. desistiu da ideia de vir a lançar um carro elétrico, ao cabo de quase uma década em que a produtora do iPhone dedicou grandes esforços a esses planos. Foi um projeto que esbarrou nos sucessivos obstáculos e, sobretudo, acabou por ser cancelado por se antecipar um mercado menos fulgurante para os automóveis elétricos, em comparação com o que se previa há uns anos.

A desistência, segundo a Bloomberg News, foi comunicada internamente na terça-feira. Segundo as fontes citadas pela Bloomberg, as cerca de 2.000 pessoas que estavam a trabalhar neste projeto foram apanhadas de surpresa. Os colaboradores ligados ao projeto vão ser transferidos, grande parte deles, para a divisão de investigação na área da inteligência artificial, que é uma prioridade cada vez mais importante para a empresa.

A notícia foi bem recebida nos mercados, já que a ação da Apple saltou 1% logo depois de a Bloomberg divulgar a notícia. Os investidores terão visto com bons olhos a desistência de um projeto que poderia envolver ainda mais despesa e, no final, poder não ser bem sucedido por não ser possível comercializar o carro com as margens de lucro elevadas que a Apple consegue ter nos outros produtos que vende.

Outra reação foi de Elon Musk, líder da Tesla Inc., que publicou na (sua) rede social, X, um emoji de saudação militar e, ao lado, um cigarro.

Além de elétrico, a Apple planeava lançar um carro com capacidades de condução autónoma. Mas o projeto foi sempre marcado por muitos obstáculos que levaram a Apple a mudar as lideranças várias vezes. Por outro lado, vários intervenientes no mercado automóvel estão hoje a antecipar um mercado de carros elétricos menos fulgurante do que há uns anos.

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Até mesmo a Tesla, uma pioneira na produção de veículos elétricos, alertou que a taxa de crescimento será “significativamente mais baixa” este ano. O suíço UBS previu que o crescimento das vendas de veículos elétricos nos EUA irá desacelerar para 11% este ano, em relação aos 47% de 2023.