A polícia deteve na quinta-feira um homem que tentava entrar na sede do governo da Argentina com um machete, para alegadamente “matar o Presidente” Javier Milei.

A ministra da Segurança argentina explicou que uma agente da segurança da Casa Rosada desarmou o homem, ao ver o cabo de madeira do machete dentro de uma mochila que ele trazia.

Numa conferência de imprensa, Patricia Bullrich elogiou os agentes que intervieram no incidente e indicou que o homem foi entregue à polícia da capital, Buenos Aires.

Na rede social X (antigo Twitter), Bullrich acrescentou que o detido se aproximou da sede do Governo da Argentina por volta das 15h45 (19h45 em Lisboa) “com um machete e outros elementos cortantes”.

De acordo com o jornal argentino Clarín, o homem trazia também discos enferrujados usados para cortar metal e madeira e, ao ser detido, disse: “Eu sou Deus e vou matar o presidente”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mais tarde, o Ministério da Segurança disse que o machete que o homem carregava tinha um comprimento “de aproximadamente 40 centímetros”.

“O detido disse ser argentino, de 29 anos, residente no bairro de Pilar, em Buenos Aires”, indicou o ministério.

Uma juíza de um tribunal da capital ordenou que o homem ficasse em prisão preventiva por suspeitas de ter cometido o crime de “intimidação pública”.

O incidente aconteceu um dia depois de tumultos entre a polícia e centenas de trabalhadores públicos que invadiram os seus locais de trabalho em Buenos Aires e noutras cidades próximas.

Os trabalhadores, que já tinham informados da sua dispensa, invadiram os edifícios governamentais com tambores, condenando o seu despedimento, que consideram injusto, e exigindo a reintegração.

Horas antes, o Governo da Argentina anunciou um corte de 15 mil empregos públicos como parte da campanha do Presidente Javier Milei para reduzir a despesa pública, em mais uma medida que adensou a tensão com manifestantes e sindicatos.

Os cortes foram anunciados em conferência de imprensa, quarta-feira, por um porta-voz presidencial, Manuel Adroni, que os considerou fundamentais para a restruturação do sobredimensionado setor público prometida pelo economista ultraliberal Milei.

100 dias de governo Milei “limitado” trouxeram à Argentina ajuste fiscal com custos sociais

“Faz parte do trabalho que estamos a realizar para reduzir a despesa do Estado”, disse aos jornalistas, descrevendo os trabalhadores dispensados como um peso para os contribuintes.

Apesar da chuva, uma multidão de pessoas vestidas com camisolas verdes, do maior sindicato do país, a Associação dos Trabalhadores do Estado, concentraram-se na quarta-feira em frente aos ministérios do país em protesto.

Da televisão à presidência da Argentina. Quem é Javier Milei, o economista que prefere “a máfia ao Estado”?