O Presidente norte-americano, Joe Biden, confirmou publicamente que os Estados Unidos estão a ponderar deixar cair a acusação judicial contra Julian Assange, o líder da Wikileaks que divulgou uma série de documentos secretos do governo norte-americano e que está acusado de 17 crimes de espionagem.
Questionado pelos jornalistas sobre o pedido feito pelo executivo da Austrália (país onde Assange nasceu) para que Washington abandone o caso judicial, Biden respondeu esta quarta-feira “Estamos a considerar esse pedido”, relata a Associated Press.
Assange está atualmente no Reino Unido, onde decorre um processo movido pelos seus advogados junto da Justiça britânica para tentar travar a sua extradição para os Estados Unidos. Em fevereiro, foi aprovada uma moção no Parlamento australiano (que incluiu o voto favorável do primeiro-ministro Anthony Albanese) que pede aos governos norte-americano e britânico “que encerrem o assunto, para que o senhor Assange possa regressar a casa e à sua família na Austrália”.
O australiano está acusado de 18 crimes nos Estados Unidos, dos quais 17 estão relacionados com alegadas violações da lei da Espionagem. Em causa está o trabalho de Assange com a Wikileaks, a organização que criou e através da qual divulgou — em parceria com vários órgãos de comunicação social — uma série de documentos confidenciais do Estado norte-americano.
A militar Chelsea Manning, responsável por ter passado a maioria dos documentos a Assange, foi condenada a 35 anos de prisão, tendo o Presidente Barack Obama reduzido a sua pena para sete anos. Assange refugiou-se durante anos na embaixada do Equador em Londres, onde esteve sete anos, até o governo de Quito ter recusado continuar a conceder-lhe asilo. Desde então, está detido no Reino Unido, enquanto aguarda que seja concluído o processo judicial de avaliação do pedido de extradição feito pelos norte-americanos.