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O líder parlamentar do PSD rejeitou esta quarta-feira que haja “casos e casinhos” no executivo chefiado por Luís Montenegro e recusou em absoluto comparações com situações ocorridas com membros do Governo de António Costa.
Hugo Soares falava depois de ter sido questionado pelos jornalistas sobre o caso de a ex-deputada do PSD Patrícia Dantas não ter chegado a iniciar funções como adjunta do ministro das Finanças, Joaquim Sarmento, depois de ter sido recordada a notícia de que estava acusada de fraude fiscal.
O líder parlamentar do PSD manifestou-se mesmo perplexo com uma das perguntas em que se alguma forma se comparou o caso de Patrícia Dantas com o de Vítor Escária, chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro António Costa, a quem, no âmbito das buscas da Operação Influencer, foram encontrados mais de 75 mil euros em dinheiro.
“Se quiser equiparar as funções de chefe de gabinete de um primeiro-ministro com as de uma assessora de um gabinete do Governo, podemos fazer essa comparação. Não é bem a mesma coisa – e com uma agravante: Esta senhora [Patrícia Dantas], que podia ou não ser assessora do Governo, não tem a mesma situação que teve Vítor Escária, mas não nem queria entrar por aí porque seria deselegante da minha”, reagiu.
Em relação ao caso da ex-deputada social-democrata madeirense, o presidente do Grupo Parlamentar do PSD alegou que não se pode comparar a situação “de uma pessoa que estava para ser nomeada para um gabinete, como assessora, com situações relacionadas com membros de governos” de António Costa.
“Na terça-feira, cheguei a ler uma notícia de que o Governo teve a sua primeira baixa [com Patrícia Dantas]. Devo dizer que foi com gargalhada que encarei essa notícia. Então, uma assessora que estava para entrar para o Governo e depois não entra pode ser essa situação considerada uma baixa? Isso é algo de absolutamente extraordinário”, exclamou Hugo Soares.
De acordo com a versão apresentada por Hugo Soares, Patrícia Dantas ia ser contratada para o gabinete do ministro das Finanças, “mas percebeu que não devia por força das condições que foram tornadas públicas”.
“Nem sequer chegou a entrar em funções. Como se diz agora, é um pouco capcioso comparar isto com casos ocorridos com membro do anterior Governo. Peço maior rigor na análise das diferentes situações”, completou.
O presidente do Grupo Parlamentar do PSD recusou também que algo tenha falhado no controlo interno do Governo quando se colocou a hipótese de Patrícia Dantas ser adjunta do ministro das Finanças. Neste ponto, argumentou que a ex-deputada do PSD foi alvo de uma avaliação do ponto de vista técnico.
“E [Patrícia Dantas] é uma pessoa de grande capacidade técnica. Ninguém põe isso em causa. Mas levantou-se a questão de o julgamento estar a decorrer e entendeu-se que não tinha condições para as quais poderia ou não ser convidada”, justificou.
Hugo Soares assinalou ainda que Patrícia Dantas, que foi deputada do PSD, “nas mesmas circunstâncias” em termos de plano judicial, “por duas vezes mereceu o voto dos portugueses”.
“Já se conhecia essa pendência judicial. Há um princípio fundamental que é a presunção de inocência. O PSD e o CDS vão continuar a ser intransigentes na defesa dos princípios éticos e constitucionais”, acrescentou.