Primeiro o Sporting, depois a Fonte do Bastardo. A seguir o Sporting, novamente a Fonte do Bastardo. Os adversários na fase final do playoff podiam ir variando, a vantagem do Benfica nem por isso e, na sequência da derrota nas vantagens da “negra” do jogo 5 no Campeonato de 2017/18 frente aos leões, os encarnados foram criando uma hegemonia no voleibol com o recém chegado Marcel Matz a criar uma base que ganhou quatro títulos consecutivos. Agora, procurava o pentacampeonato. No entanto, e em mais um duelo frente ao rival lisboeta, havia essa memória dos dois últimos jogos favoráveis aos verde e brancos.

Duas vitórias seguidas depois de três anos de jejum: Sporting volta a bater Benfica e chega à final da Taça de voleibol

A expectativa é encontrar um Sporting que quer ser campeão, mas que vai enfrentar uma equipa que quer ser pentacampeã. É um confronto equilibrado. Os jogadores estão muito focados no que pode acontecer, de forma a haver capacidade para resolver situações mais simples e mais complexas. O Benfica tem uma equipa extremamente habituada a estes momentos, uma equipa tetracampeã. Muitos jogadores começaram este trajeto há cinco anos comigo. Já têm a experiência destes momentos e tenho a certeza de que isso traz bagagem, capacidade de resolver situações nestes momentos mais intensos”, salientara Marcel Matz, técnico dos encarnados que deixara o apelo aos adeptos para encherem o Pavilhão como veio a acontecer.

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A regra dominante teve uma exceção, mas imperou na mesma: Benfica vira 0-2 para 3-2 e vence Sporting

“A equipa está bem, está confiante. Esperámos muito este momento, trabalhámos muito ao longo da época para chegar aqui nesta condição e a equipa está muito motivada para estes grandes jogos que definem uma época. A pressão está muito mais do lado do adversário do que do nosso, tem muito mais obrigação, mas temos uma palavra forte a dizer. É verdade que temos de ir buscar pelo menos um jogo fora mas uma equipa com a mentalidade que queremos construir, uma equipa do Sporting, tem de se preparar para que possa ser necessário ganhar mais do que uma vez fora. O primeiro jogo é sempre muito importante mas não se define o Campeonato numa partida. O que está para trás já passou, chegamos bem à final e queremos discutir os jogos palmo a palmo, ponto a ponto”, comentara João Coelho, treinador dos leões.

Um dérbi que já não contava, mas que quebrou um enguiço: Sporting vence Benfica pela primeira vez em três anos

Depois de 17 encontros seguidos sempre a ganhar o dérbi entre Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça, o Sporting conseguiu quebrar essa longa série de jejum e em versão dupla. Primeiro, ganhou na segunda fase do Campeonato no Pavilhão João Rocha, de seguida foi melhor nas meias-finais da Taça de Portugal que iria mesmo ser ganha pela formação verde e branca. Eram essas partidas que aumentavam a imprevisibilidade, com o natural favoritismo do Benfica a ser agora mais “curto” face ao crescendo que o Sporting foi tendo ao longo da temporada e nos dérbis. Foi isso que acabou por sobrar depois do jogo 1 da final: os leões estão mais competitivos do que em temporadas anteriores mas os encarnados, jogando ao seu nível, conseguem ser não só melhores como mais “maduros” na forma de gerir os momentos chave até à vitória por 3-1.

O início da partida mostrou o esperado equilíbrio entre as duas equipas, com pontos repartidos em resposta ao serviço contrário até ao 9-9, altura em que o Sporting começou a conseguir disparar no set com vantagens crescentes que chegaram aos cinco pontos a partir dos 16 pontos até ao 18-13 que parecia ter fechado esse parcial inicial. Mera ilusão: após alguns erros de ataque dos leões, a rotação com Nathan no serviço tornou-se uma autêntica barreira para os verde e brancos pontuarem até à recuperação que fez o empate a 19 e deixou tudo em aberto. A forma como tudo se desenrolava fazia adivinhar um resultado que pesaria depois no resto da partida, com o bloco de Lucas França e Nathan a ganhar o duelo para o triunfo final de 25-22.

Em termos anímicos, com o Pavilhão da Luz em êxtase, o Benfica ganhava um ascendente que se juntava ao natural favoritismo com que partia para este jogo 1 da final mas o Sporting conseguiu numa primeira fase do segundo set anular esse handicap com um serviço agressivo, um trabalho forte a nível de bloco e alguns erros de ataque dos encarnados, chegando a uma vantagem de sete pontos logo a abrir (10-3). Marcel Matz foi parando o encontro e, mesmo não tendo resultados imediatos, colheu frutos, reduzindo para apenas dois pontos de diferença antes do timeout pedido por João Coelho (13-11). A rotação que colocou Nathan a servir voltou a aproximar os dois conjuntos mas os leões seguraram mesmo a vantagem fechando com 25-21.

O equilíbrio era a nota dominante neste jogo 1 e o terceiro set seria ainda mais disputado do que os anteriores com uma nuance que acabou por fazer a diferença não no resultado (porque lá está, não havia essa hipótese de verificação) mas nos ânimos mais tensos: a parte técnica avariou e os vídeo checks deixaram de estar disponíveis. No momento da verdade, o Benfica protestou o 24-23 do Sporting, o Sporting protestou o 27-25 do Benfica e a forma como Marcel Matz festejou o triunfo no parcial também não caiu bem junto dos leões. Esses ânimos mais exaltados ainda se foram sentindo num quarto set que começou a resvalar de novo para o lado do Benfica no serviço de Bandeiró, que colocou os visitados na frente por cinco pontos (12-7) e fez sentir em demasia ao Sporting a forma como tinha o cedido o terceiro set até ao triunfo fechado em 25-17.