Francisco Tavares, antigo secretário-geral do CDS durante o reinado de Francisco Rodrigues dos Santos, rejeitou integrar a Comissão Política Nacional do partido, a direção alargada dos democratas-cristãos, por motivos profissionais. O nome de Tavares foi incluído na lista final mas, tendo percebido que constava do elenco, pediu para ser retirado e que a lista fosse corrigida.

Num congresso que decorreu sem grandes incidentes, Francisco Tavares acabou por protagonizar o único momento de maior tensão na reunião magna que decorreu este fim de semana em Viseu. Pelas onze da noite de sábado, o antigo secretário-geral do CDS subiu ao palco, mas recusou intervir atendendo à hora tardia e ao facto de a sala estar, por essa altura, praticamente vazia.

“Não vou fazer a declaração que tinha. Honestamente, acho um desrespeito que um ex-secretário-geral do partido seja tratado desta forma. Inscrevi-me antes de almoço, estou a falar neste momento com a sala vazia e sem sequer o presidente do partido estar presente”, queixou-se  Francisco Tavares, adiantando apenas que ia felicitar o líder do CDS e que Nuno Melo ia gostar da sua intervenção.

Quando se dirigiu pela última vez aos congressistas, Nuno Melo falou sobre Francisco Tavares e lamentou que as coisas não tivessem corrido bem. O líder do CDS saudou o Francisco Tavares e sublinhou que “o partido é de todos e só faz sentido feito com todos”. “O CDS soube aprender com os erros. Sei bem o que temos de fazer: unir para sermos confiáveis, apresentar soluções para sermos credíveis, abraçar novas causas para sermos atuais, modernizar a linguagem para atrairmos os jovens, respeitar o património de perto de 50 anos para sermos coerentes”, sublinhou Melo.

Francisco Tavares era o braço direito de Francisco Rodrigues dos Santos, que ainda na noite de sábado lamentou que o CDS se estivesse a transformar num “clubinho privado” fechado à renovação. Este domingo, Nuno Melo já respondeu ao seu antecessor, dizendo que deveria haver um “equívoco”. “A grande beleza da democracia está na liberdade de opinião e eu respeito todas. No mais, gostava apenas de dizer que talvez haja algum equívoco. Olhando para as listas vejo muita renovação e vejo muitas mulheres, vejo até pessoas com créditos firmados na sociedade portuguesa, em todas as áreas sectoriais, e por isso haverá um equívoco.”

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