“Para grandes males, grandes remédios.” E, neste caso, bem que se pode dizer que os responsáveis pela cidade de Nova Iorque não hesitam em tomar medidas drásticas para reduzir o número de acidentes, mesmo que ligeiros, mas que nem assim deixam de afectar o fluir do tráfego e causar filas intermináveis. Simultaneamente, as velocidades mais elevadas tendem a provocar atropelamentos, muitas vezes com danos graves para os peões. Daí que os responsáveis pela Big Apple estejam seriamente a considerar reduzir ainda mais o limite de velocidade a que se pode circular “na cidade que nunca dorme”, segundo Frank Sinatra.

Por comparação com cidades como Lisboa e Porto, em Nova Iorque até se circula bem abaixo dos limites de velocidade praticados nas localidades em Portugal, bem como no resto das grandes cidades europeias, onde 50 km/h é o valor mais habitual. Na Big Apple, hoje, os veículos podem deslocar-se a um máximo de 40 km/h (25 mph), mas as autoridades já introduziram no orçamento final para este ano uma redução deste limite para somente 32 km/h (20 mph), fruto do que apelidam “Sammy’s law”, ou a lei de Sammy.

Sammy Cohen Eckstein era um miúdo de 12 anos que foi atropelado em 2013 numa das avenidas de Brooklyn, por um furgão em excesso de velocidade. Os pais do menino transformaram-se em activistas e, praticamente depois de uma década de luta, conseguiram sensibilizar os responsáveis para a eficácia que uma redução ainda maior da velocidade poderia ter sobre a redução de acidentes e atropelamentos.

A governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, defende a lei, bem como o direito das cidades de implementarem medidas que visem proteger a vida dos seus habitantes. Mas deverão existir algumas limitações à introdução da nova legislação, como por exemplo a impossibilidade de reduzir de 40 para 32 km/h a velocidade nas vias com três ou mais faixas de rodagem.

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