Num jantar com jornalistas estrangeiros a viver em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que considerou “maquiavélico” o facto de ter sido aberto um inquérito para investigar o caso das gémeas no dia em que António Costa se demitiu do Governo no seguimento da Operação Influencer. Uma ação que Marcelo que descreve como um “equilíbrio sofisticado” por parte da Procuradoria-Geral da República.
“Se a senhora procuradora, com a mesma presteza com que tinha tido a iniciativa de abrir um inquérito envolvendo também o primeiro-ministro um mês antes de os portugueses saberem… descubro, umas semanas mais tarde, que tinha aberto um inquérito contra terceiros e em que dia? No dia 7 de novembro. Que eu achei maquiavélico. Género de equilíbrio, equilíbrio sofisticado. Muito bem… abriu, abriu”, referiu o Presidente da República, numa referência ao facto de ter sido noticiado, mais tarde, que o inquérito criminal ao caso das gémeas tinha sido aberto no mesmo dia em que António Costa se demitiu devido à Operação Influencer.
Questionado pelos jornalistas, em dois momentos diferentes, relativamente às palavras proferidas, Marcelo Rebelo de Sousa recusou ter usado a palavra maquiavélica para se referir a Lucília Gago. Em primeiro lugar, o Chefe de Estado foi perentório: “Não, nunca disse isso. Fui muito cuidadoso no que disse não falando nas caraterísticas pessoais, nem devia falar, da Procuradora-Geral da República.”
Horas mais tarde, quando confrontado com o facto de se ter referido a uma atitude maquiavélica por parte de Lucília Gago, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a negar: “Nunca falei na PGR. Falei, em si mesmo, na situação do processo e expliquei porque é que quanto ao processo não me pronunciava.”
Marcelo cortou relações com o filho por causa do caso das gémeas brasileiras: “É imperdoável”
Além do tema da PGR, o Presidente da República, nesse jantar com jornalistas estrangeiros a viver em Portugal, reconheceu que é “imperdoável” o que o filho, Nuno Rebelo de Sousa, fez no caso das gémeas — o que levou a um corte de relações —, mas também se debruçou numa análise de Luís Montenegro e António Costa, comparando-os enquanto primeiro-ministros, e na defesa do pagamento de reparações por crimes da era colonial — declarações que acabaram criticadas por vários partidos.
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