As histórias dos dérbis entre Benfica e Sporting e no voleibol entraram num novo capítulo. Desde que Marcel Matz assumiu o comando dos encarnados em 2018, depois da dramática vitória dos leões nas vantagens da “negra” do quinto e último jogo da final do Campeonato, as águias tornaram-se hegemónicos e conseguiram depois um período de quase 20 vitórias consecutivas sobre os rivais nas mais variadas provas. Agora, num tempo mais recente, o conjunto verde e branco conseguiu duas vitórias seguidas em dérbis, algo que não acontecia desde 2018. Nesta final, imperou uma outra lógica: o fator casa. E foi assim que, depois do jogo 3 da final, o Benfica ficou apenas a um triunfo do pentacampeonato após somar nova vitória na Luz.

A um passo do penta: Benfica vence Sporting na Luz e fica a uma vitória de ser campeão de voleibol

“A série está agora a nosso favor por 2-1 mas ainda existe muita estrada pela frente mas é sempre melhor trabalhar em cima da vitória do que da derrota. Como disse depois do jogo 3, o grupo é muito experiente e sabe lidar bem com as coisas e responde bem às derrotas quando elas acontecem. Esperemos voltar a ter os nossos adeptos lá, mesmo sendo um espaço mais reduzido, até porque têm sido bons jogos e bons ambientes para jogar. Esperamos conseguir tirar proveito da pressão que está agora do lado deles. Não precisamos ter pressa para resolver as coisas, é bola a bola e, tendo esta oportunidade agora, vamos com tudo para sermos campeões lá mas se não der temos depois a nossa casa”, comentara Marcel Matz à BTV.

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Sporting vence Benfica e empata final do nacional de voleibol

“Podemos ser melhores do que fomos nesse jogo e do que o adversário também. Estivemos em baixo em alguns aspetos que acabaram por fazer com que andássemos o jogo todo atrás do prejuízo mas vamos tentar ser mais fortes e comandar para levar a decisão para o quinto jogo. Houve equilíbrio na maioria das fases do último desafio e mesmo a correr atrás do marcador, fomos capazes de empatar o resultado em todos os parciais à exceção do último, só que nem sempre com a consistência e agressividade que nos permitiria passar para a frente. Os jogadores estão no seu máximo de exigência física e mental mas não há dores nem queixas nesta altura pois todos querem jogar. Estamos a fazer uma temporada muito positiva e queremos forçar o quinto encontro desta final”, salientara João Coelho, treinador dos leões, aos meios do clube.

As “bombas” foram o serviço para a vitória na Luz: Benfica bate Sporting e ganha vantagem na final do Campeonato

Era neste contexto que chegava aquela que poderia ser a decisão final do Campeonato, que coincidia também com o oitavo encontro entre as duas equipas na presente temporada com equilíbrio de forças entre quatro vitórias dos encarnados e três dos verde e brancos. E, entre esse conhecimento profundo das valências e dos pontos menos fortes de ambos os conjuntos, o Benfica tentava fazer imperar aquela que tinha sido até aqui a maior diferença entre as duas equipas: a capacidade e a experiência de lidar com os momentos decisivos em cada um dos parciais. No entanto, aquilo que se viu foi um Sporting com um coração do tamanho do mundo a anular tudo isso, a fazer o melhor jogo em dérbis da temporada e a levar todas as decisões para uma “negra” no Pavilhão da Luz onde o vencedor irá fazer a festa do título de 2023/24.

Com um grande ambiente e muitos adeptos encarnados no João Rocha, o jogo teve um início equilibrado sem qualquer vantagem acima de um ponto até o Benfica conseguir finalmente um ligeiro avanço a 15-13, 16-14, 17-15 e 18-16. Tudo parecia estar a cair para o lado dos campeões mas, no momento chave, foi o Sporting que apareceu a fazer um parcial de 4-0 que colocou em jogo 23-20, antes de fechar o set inicial com 25-22. Foi assim também que teve início o segundo set, mais uma vez encaminhado por um parcial verde e branco de 4-0 que fez o 13-9 e “quebrou” a resistência dos encarnados, que foram somando erros até ao 25-18.

O Benfica teria de apresentar algo mais que permitisse voltar ao encontro, como aconteceu no jogo 2 da final em que a perder 2-0 levou tudo para a “negra”, e a equipa de Marcel Matz conseguiu melhorar em relação ao início da partida com maior consistência sobretudo na receção e no serviço, colocando mais problemas ao jogo do Sporting e chegando a uma vantagem de quatro (8-4) e mais tarde de cinco pontos (10-5). Até assim, foi curto: com um coração do tamanho do mundo que anulou por completo a maior experiência neste tipo de decisões entre os jogadores encarnados, os leões empataram, mantiveram a estabilidade de jogo e fecharam mesmo a partida nas vantagens por 27-25, levando todas as decisões para uma finalíssima na Luz.