O secretário-geral da CGTP adiantou esta quarta-feira à Lusa que a primeira reunião com o Presidente da República foi “bastante positiva”, sublinhando que Marcelo Rebelo de Sousa foi “sensível” aos problemas apresentados pela central sindical.
“Foi uma reunião bastante positiva porque pudemos colocar ao senhor Presidente as questões fundamentais que assolam os trabalhadores nos dias de hoje, que saíram do congresso da CGTP, e que não vemos ultrapassadas com o Programa do Governo […], que tem um caminho de degradação das relações com o mundo do trabalho”, afirmou Tiago Oliveira, em declarações à Lusa.
A intersindical apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa a necessidade de aumentar os salários, combater a precariedade, a desregulação dos horários de trabalho e dos serviços públicos, que disse estarem “sob um ataque imenso”.
Para assinalar o Dia Mundial da Segurança Social, várias dezenas de pessoas concentraram-se junto ao edifício na Avenida da República, pedindo um reforço deste sistema e considerando-o ameaçado pelo Programa de Governo do executivo liderado por Luís Montenegro.
“O que está vertido no Programa do Governo é um ataque. Quando coloca a Segurança Social em concorrência com o setor privado, obviamente, que pretende descapitalizar a Segurança Social”, apontou.
Para a CGTP é “urgente uma política diferente”, que vá ao encontro dos interesses dos trabalhadores e “não de meia dúzia que pertence ao grande capital, que continua com milhões de lucros”.
Tiago Oliveira notou ainda que o executivo de Luís Montenegro pretende aumentar os resultados das grandes empresas, através, por exemplo, da redução da carga fiscal.
“O senhor Presidente foi sensível às questões colocadas, aos problemas que a CGTP demonstrou existirem. Agora é preciso termos uma política diferente para o país, que ultrapasse as dificuldades que os trabalhadores têm”, assinalou.
Tiago Oliveira acrescentou ter já transmitido estas mensagens na reunião de Concertação Social desta terça-feira, pedindo agora decisões políticas, apesar de ressalvar acreditar ser difícil ter essas “resposta por parte do Governo PSD-CDS”.