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O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) anunciou esta terça-feira ter descoberto vários agentes do Serviço de Segurança da Rússia (FSB), que estariam a planear assassinar Volodymyr Zelensky e outras duas autoridades ucranianas: Kyrylo Budanov, líder militar, e Vassyl Maliouk, comandante do SBU. O ataque terrorista seria uma “prenda para Putin” a propósito da sua tomada de posse, que se realizou também esta terça.
Em comunicado citado pela Reuters, o SBU partilhou que dois coronéis da Administração de Segurança do Estado ucraniano (UDO), responsável por proteger as principais autoridades de Kiev, procuravam agentes para o Presidente ucraniano no seio dos seus guarda-costas.
Os dois coronéis acabaram por ser acusados de traição cometida sob a lei marcial e de partilhar informações confidenciais com Moscovo, que os terá recrutado antes do início da invasão da Ucrânia. Um dos homens foi ainda acusado de preparar um ataque terrorista. Os coronéis podem ser condenados a prisão perpétua. À AFP, uma fonte ucraniana detalhou que os dois coronéis “foram detidos há pouco dias” e “um deles dirigia um departamento”.
Num vídeo partilhado pelo SBU no YouTube, um homem — que aparece com o rosto desfocado como medida de segurança e que deverá ser um dos coronéis — afirma que iria recomendar ao FSB uma pessoa disposta a “bloquear” Zelensky durante a noite, na altura em que o Chefe de Estado fosse gravar o vídeo diário apresentado ao povo ucraniano. Um dos membros do grupo contratado por Moscovo terá mesmo adquirido drones e explosivos.
A morte de Budanov, que é apontado como o autor de operações de risco em solo russo, estava prevista para antes do Domingo de Páscoa Ortodoxa, que se celebrou no passado dia 5.
O SBU acrescenta ainda que um dos coronéis detido estava incumbido de observar um edifício onde Budanov iria chegar de carro. Depois, o homem transmitiria a informação ao FSB, de modo a que Moscovo pudesse atacar o local com um míssil. O coronel estaria ainda encarregue de lançar um ataque com o drone contra eventuais sobreviventes. Por fim, a Rússia iria disparar um segundo míssil capaz de “apagar os rastos”.
Na gravação, escuta-se ainda a voz de um homem, que é apresentado como funcionário do FSB e que estaria a dar instruções ao seu interlocutor, que lhe perguntou quando é que deveria deixar o local antes de acontecer o disparo do míssil. O funcionário respondeu-lhe que teria “pelo menos 20 ou 30 minutos” e garantiu-lhe que iria ouvir “uma forte explosão. Pela execução do plano, o suspeito iria receber um pagamento entre os 47 mil e os 74 mil euros.