A EDP anunciou um lucro de 354 milhões de euros no primeiro trimestre, o que corresponde a um acréscimo de 17% face ao mesmo período de 2023. Para este crescimento contribuiu um maior peso do negócio das redes no Brasil, na sequência da tomada de 100% da EDP Brasil concretizada no ano passado.
A margem bruta (EBITDA) caiu 5% para 1.342 milhões de euros, com a margem da produção eólica e solar a crescer graças à rotação de ativos nos Estados Unidos, já que a produção caiu e as receitas da venda de energia ressentiram-se da queda dos preços. No caso da operação hidroelétrica, a eletricidade produzida aumentou 37%, mas os preços diminuíram na casa dos 50%, o que fez cair os resultados nos mercado ibérico de produção e comercialização. Já na área das redes, os resultados subiram sobretudo no Brasil.
Nos primeiros três meses do ano, a EDP investiu 1,1 mil milhões de euros em projetos renováveis e no reforço das redes elétricas em Portugal, Espanha e Brasil. Os resultados da casa-mãe são conhecidos horas depois da EDP Renováveis ter anunciado uma revisão ao plano estratégico que reduz em 3.000 milhões de euros o investimento previsto face ao anunciado para 2023/2026. Esta revisão terá provavelmente consequências nos planos do grupo EDP que irá prestar mais informação esta sexta-feira.
Na origem desta atualização está uma combinação de fatores, com destaque para a queda persistente dos preços da eletricidade nos mercados grossistas que é visível na evolução dos futuros.
A elétrica controlada pela EDP antecipa um preço médio de venda inferior a 50 euros por MW/hora, face aos pressupostos entre 53 e 54 euros MW/hora assumidos para este ano. No mix de fatores são ainda referidas as altas taxas de juros e custos de capital e os desafios na capacidade de entrega de projetos sentidos em 2023 e que estão a impactar o cash-flow.
Entre 2024 e 2024, a EDPR prevê agora investir 12 mil milhões de euros com maior ênfase para o mercado americano e para a tecnologia fotovoltaica.
A elétrica com sede em Espanha registou lucros de 68 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, período em que as receitas caíram 11%, refletindo a já referida baixa dos preços.