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O Chega vai levar ao parlamento o debate sobre a imigração para propor a retoma do controlo de fronteiras e a revisão da lei da nacionalidade, revelou esta quinta-feira o líder do partido, no Porto.
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Em declarações na Rua do Bonfim, onde na madrugada da última sexta-feira imigrantes foram atacados, André Ventura, quis falar de imigração ilegal e, sobre as agressões, disse que “há um contexto que gerou e provocou uma situação que nunca deveria ter acontecido”.
O Chega vai levar ao parlamento um debate sobre imigração em que vamos propor a retoma do controlo de fronteiras, através do SEF [que foi extinto], e onde vamos propor a revisão da lei da nacionalidade”, disse o presidente do Chega no encontro com a comunicação social e a população a que chegou atrasado cerca de uma hora.
Na madrugada de sexta-feira vários imigrantes foram atacados em três locais distintos da cidade do Porto. Num dos casos, o ataque deu-se na casa de 10 imigrantes, na Rua do Bonfim, que foi invadida por um grupo de 10 homens.
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Pelo menos dois dos agredidos receberam assistência no Hospital de São João. Seis homens foram identificados e um foi detido por posse de arma ilegal, tendo sido presente a tribunal e ficado em prisão preventiva.
André Ventura quis, por seu turno, falar sobre uma mensagem que, defendeu, deve ser passada aos países de todo o mundo, a de que “quem vier por bem que venha, quem vier para trabalhar que venha, mas tem de vir com um processo legal“.
Nós não podemos continuar a dizer aos ilegais que venham porque, senão, eles virão mesmo, todos, virão muitos e nós não temos capacidade para os receber“, insistiu o dirigente partidário.
E prosseguiu: “os que não estão aqui para cumprir regras ou que não tenham cumprido regras, eu lamento muito, mas o Estado português só tem de fazer o mesmo que está a fazer o estado inglês [e que] é devolvê-los aos países de origem“.
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Os Conservadores no poder no Reino Unido, liderados pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, aprovaram em abril uma lei que visa a deportação de milhares de imigrantes para o Ruanda até ao final do ano.
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De acordo com a lei, contestada por organizações de defesa dos direitos humanos e que teve uma versão anterior derrubada pelo Supremo Tribunal britânico, pedidos de asilo dos migrantes serão analisados no Ruanda, sem opção de regresso ao Reino Unido, independentemente do resultado.
Questionado se defende a existência prévia de um contrato de trabalho para aceitar imigrantes em Portugal, o líder do Chega confirmou, e foi mais longe: “Tem sido um requisito para entrar em quase todo o lado, nos melhores países do mundo ou se exige um contrato de trabalho ou uma promessa de contrato de trabalho ou meios de subsistência”.
Durante a cerca de meia hora falou com lojistas locais, de quem ouviu queixas sobre a “falta de segurança”, e foi depois à Esquadra da 1.ª Divisão do Porto, onde reuniu com o Intendente Curva, representante do Comando Metropolitano do Porto da PSP e com o comissário Moreira, daquela esquadra, revelaram à Lusa fontes da Polícia.
Sobre as agressões de dia 3 de maio no Porto, André Ventura afirmou: “Soubemos que há um contexto que gerou e provocou uma situação que nunca deveria ter acontecido”.
“E o dever de um líder do partido é vir falar com os lojistas, que têm razões de queixa, falar com os moradores, que também terão as suas razões de queixa e com a polícia, para saber e compreender o que podemos fazer para melhorar, mas também dar o alerta e o sinal ao Governo de que há coisas que têm de mudar”, acrescentou.