As forças políticas têm de se preparar para uma “época diferente” no parlamento da Madeira, sem maiorias absolutas de um só partido e em que será necessário diálogo, disse esta segunda-feira o candidato do CDS-PP às eleições regionais, Ricardo Vieira.

Numa declaração no centro do Funchal, o também presidente da Mesa do Congresso do CDS-PP, que já liderou o partido e foi deputado, reiterou que os democratas-cristãos não vão integrar nenhuma coligação governamental, mas estão disponíveis para apoiar diversas medidas.

Temos que nos preparar para uma época diferente, uma época que aí vem, em que o parlamento vai ter uma importância enorme, não vai haver maiorias absolutas de um só partido, onde vai ser preciso dialogarmos uns com os outros“, disse o candidato às regionais antecipadas de dia 26.

Ricardo Vieira insistiu que o CDS-PP pode dar o seu “contributo”, recordando que no passado o partido já teve “várias relações politicas na região”, que permitiram aos democratas-cristãos terem agora “credibilidade”.

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O candidato do CDS-PP destacou ainda o desempenho “consensual” do cabeça de lista do partido às eleições de dia 26, José Manuel Rodrigues, como presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desde 2019, sublinhando que “dá um património de entendimento entre os vários partidos que pode muito ajudar o futuro”.

No segundo dia da campanha eleitoral, Ricardo Vieira salientou também a unidade do partido, que aposta num “bom resultado” nas eleições regionais, e deixou um alerta para as necessidades da juventude na região.

“Muitos jovens têm vindo a sair da Madeira por não terem possibilidades de emprego, terem rendimento baixos, não conseguirem constituir famílias, não terem casa”, disse, defendendo uma aposta em medidas como “apoios ao nível das creches, ao nível da habitação, ao nível dos ordenados”.

Desrta forma, reconheceu, apesar de o CDS-PP ter integrado com o PSD, a coligação que governou a região nos últimos anos, “foram poucos os passos” dados. “Acho que se podia ter dado mais. Talvez a representação do CDS não fosse suficiente para convencer o parceiro para isso”, admitiu ainda.

“Estas condições alteraram-se nos últimos anos, aumentou a necessidade e temos de nos adaptar aos tempos” e a resolução destes problemas deve ser o foco, defendeu.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS-PP venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.