A Universidade Nova de Lisboa (NOVA) vai receber, na quinta-feira, os reitores de dezenas de instituições de países do Mediterrâneo para debater a autonomia académica, a gestão eficiente e a igualdade de género na academia.

A Conferência Internacional para o Ensino Superior da União para o Mediterrâneo vai juntar responsáveis de 15 universidades ou conjuntos de universidades de mais de oito países para “pôr as pessoas a conversar, a vários níveis”, explicou à Lusa o reitor da Nova.

“O objetivo é verem semelhanças e diferenças, confrontarem os problemas e tentarem perceber como podem colaborar”, disse João Sàágua.

Por Portugal, além da NOVA, estará também reapresentada a Universidade de Évora e o encontro, à porta fechada, conta ainda com a presença do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.

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Ao longo de um dia, o debate vai debruçar-se sobre três tópicos, definidos pela União para o Mediterrâneo: autonomia académica, gestão eficiente e igualdade de género na academia.

“É importante que tenham as universidades a conversar porque há, no fundo, uma aposta de que é o sítio e o mais alto nível onde se gera e se transmite conhecimento, um nível que interessará a todos os países da zona do mediterrâneo”, sublinhou o reitor.

Sobre a gestão das instituições, João Sàágua afirmou que as universidades são cada vez mais confrontadas “com questões muito complexas” e problemas de financiamento, transversais às diferentes zonas do Mediterrâneo.

As outras duas questões — a autonomia académica e a igualdade de género colocam-se de maneira diferente, mas “não deixam de importar a todas”.

Em antecipação ao encontro, João Sàágua sublinhou importância da colaboração entre as universidades dos diferentes países e recordou que, habitualmente, participam também instituições de Israel e da Palestina, “exatamente ao mesmo nível”, mas que este ano não estarão representadas devido à guerra na Faixa de Gaza.

Numa altura em que o conflito está a motivar protestos estudantis em vários países, o reitor considerou que “o tempo da universidade não é o tempo mediático, nem o tempo da política”, mas há um impacto na criação de relações entre instituições.

“O tempo das universidades é o tempo da educação, da transmissão de conhecimento e de valores. Fazendo este caminho, que leva o tempo que tiver de levar, as universidades estão a contribuir, talvez de maneira mais sólida, para que haja um conhecimento mutuo e uma aceitação mutua”, justificou.

Em Portugal, um dos protestos estudantis de apoio à Palestina está a ter lugar precisamente na Universidade Nova de Lisboa, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.

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Questionado sobre a ação dos estudantes, que têm tendas montadas na Faculdade desde segunda-feira, João Sàágua disse que a NOVA “é um sítio de liberdade”.

“A Universidade percebe muito bem que grupos de pessoas queiram protestar e, neste caso, percebe de maneira acrescida perante a situação gravíssima que está a acontecer”, afirmando, manifestando “compreensão absoluta”.