Neste primeiro momento da 22.ª edição do festival — que passou a estar dividido em duas partes ao longo do ano —, a decorrer até 16 de junho, o foco vai manter-se na “experimentação, risco e diversidade artística”, com projetos de artistas e coletivos emergentes, e de criadores já reconhecidos.

O festival — que surge com uma nova equipa artística, composta por António Câmara Manuel, Ana Calheiros, Maria João Garcia e Leonardo Garibaldi — vai abrir a 1 e 2 de junho, na BlackBox do Centro Cultural de Belém, com Ana Libório, Bruno José Silva e João Estevens a estrearem, em Lisboa, a peça “Cosmic Phase/Stage”, descrita como uma performance expandida “para uma zona de hibridismo que interseciona arte e ciência”.

O espetáculo “constrói, em tempo real, um ambiente imersivo e contemplativo que estimula a reflexão sobre formas de comunicação e perceção de ideias de alteridade”, segundo a sinopse da programação divulgada na terça-feira pela organização.

No Cinema Ideal, a 06 de junho, o coreógrafo Francisco Camacho apresenta a remontagem de “Gust 1997”, e é também exibido o documentário “GUST9723”, de Olga Ramos e Ricardo Rezende, em antestreia no Temps D’Images, contendo uma reflexão sobre o criador e o ato de criar.

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Sara Ribeiro, ou La Negra, apresenta “Deus Só”, um concerto visual de estreia de um novo trabalho, no espaço Rua das Gaivotas 6, nos dias 7 e 8 de junho, cujas canções contêm as histórias de uma “personagem feminina que baralha sentidos e desafia perceções sobre a mulher”, num espetáculo em antestreia do disco com o mesmo nome, de lançamento previsto para o final de 2024.

No Teatro Ibérico, outro dos parceiros do festival, a 8 e 9 de junho, Cire irá resgatar memória da atriz e cantora Eartha Kitt, em estreia absoluta, para celebrar a resistência através da arte: “A história passa-se nos anos 1940, na América, e nos dias atuais, em Portugal, onde uma jovem cantora não-binária se inspira, reflete, vive e expande”, descreve a programação.

O documentário “Verdade ou Consequência?”, de Sofia Marques, é reposto em sessão única no Cinema São Jorge, a 11 de junho, e conta a vida de Luis Miguel Cintra no teatro, revelando também a amizade e cumplicidade da realizadora e atriz com o ator e encenador, de 75 anos, fundador do Teatro da Cornucópia, em 1973, em conjunto com o também encenador Jorge Silva Melo (1948-2022), que viria a criar os Artistas Unidos.

Nas Carpintarias de S. Lázaro é inaugurada, a 14 de junho, a vídeo-instalação de Mariana Ramos “DOBRA – inflexões de um plano sob um corpo”, que conjuga as suas esculturas com os corpos de bailarinos em quatro projeções e uma peça sonora, “onde volumes e movimento se unificam”.

No dia seguinte, “Matagal”, de Eduardo Breda, usa a potência da palavra, transformada em gesto e movimento, para criar uma dramaturgia em torno dos conceitos de mapa e território, que se apresenta em estreia absoluta até 16 de junho, no Teatro Ibérico.

A programação do primeiro momento do Temps d’Images 2024 integra ainda, a 02 de junho, no espaço Duplacena 77, uma mesa redonda sobre Tordesilhas, projeto de criação que junta o coletivo SillySeason à companhia chilena e brasileira Tercer Abstracto, marcada pelo diálogo transcultural sobre ideias de fronteira e identidade.

O Temps d’Images, festival multidisciplinar que assinalou em 2022 duas décadas de atividade, é uma produção da DuplaCena/Horta Seca financiado pela Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.

De acordo com a organização, desde que o certame surgiu, em 2003, apresentou mais de 400 peças, muitas delas inéditas, de autores portugueses e estrangeiros, em diversos formatos e géneros, incluindo performance, teatro, instalação, cinema, dança, fotografia e música.