A Nova Zelândia e da Austrália anunciaram esta terça-feira que irão realizar vários voos para evacuar os seus cidadãos retidos na Nova Caledónia, após uma semana de tumultos no território ultramarino francês.

O ministro dos Negócios Estrangeiro da Nova Zelândia disse esta terça-feira, num comunicado de imprensa, que o governo fretou um voo de repatriação que deverá partir “em breve”.

“Os neozelandeses na Nova Caledónia viveram dias difíceis e repatriá-los tem sido uma prioridade absoluta para o governo” desde o início da violência que atingiu o arquipélago francês no Pacífico Sul, disse Winston Peters.

O chefe da diplomacia da Nova Zelândia acrescentou que o voo, o primeiro desde o encerramento do aeroporto internacional de Nouméa, na terça-feira, permitirá repatriar “50 passageiros” com necessidades mais urgentes para Auckland, no norte do país.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Este é o primeiro de uma “série de voos propostos para começar a repatriar neozelandeses”, sublinhou Peters.

“Em cooperação com a França e a Austrália, estamos a trabalhar para [organizar] outros voos nos próximos dias”, afirmou o ministério, que saudou o apoio das autoridades francesas em Paris e em Nouméa.

Também esta terça-feira, a Austrália anunciou que recebeu autorização para realizar dois voos para repatriar os seus cidadãos.

Austrália tenta retirar cerca de 300 cidadãos da Nova Caledónia

Os voos são “fretados pelo governo australiano para permitir que turistas australianos e outros deixem a Nova Caledónia”, anunciou a ministra australiana dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, num comunicado de imprensa.

O aeroporto internacional de La Tontouta, em Nouméa, permanecerá fechado para voos comerciais pelo menos até às 09h00 (23h00 em Lisboa) de quinta-feira, anunciou na segunda-feira o diretor da Câmara de Comércio e Indústria da Nova Caledónia, Charles Roger.

O território é palco, há uma semana, de violência numa escala inédita há 40 anos, em reação a uma reforma do órgão eleitoral criticada pelos apoiantes da independência.

Motins na Nova Caledónia leva Presidente francês a declarar estado de emergência

A crise teve início quando foi apresentado um novo projeto de lei adotado em Paris que determina que residentes franceses que vivem no arquipélago há 10 anos passam a poder votar nas eleições locais.

Os líderes políticos locais, incluindo os defensores da independência, temem que os povos nativos da Nova Caledónia fiquem enfraquecidos com a nova medida.

Os motins que se seguiram já causaram a morte de pelo menos seis pessoas, incluindo dois polícias, e centenas de feridos, segundo as autoridades.

O representante do Estado francês na Nova Caledónia, Louis Le Franc, disse na segunda-feira que cerca de 270 pessoas foram detidas desde o início da violência.

França envia mais 600 efetivos das forças de segurança para a Nova Caledónia