Portugal e Brasil celebraram conjuntamente, na quinta-feira, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, com concertos de Jazz e Bossa Nova da portuguesa Sara Serpa e da brasileira Denise Reis.

Perante uma plateia de cerca de 150 pessoas, de várias nacionalidades, a compositora e cantora de jazz portuguesa radicada em Nova Iorque Sara Serpa apresentou-se ao lado do guitarrista André Matos, num concerto que teve lugar no Consulado-Geral do Brasil em Nova Iorque.

Seguiu-se uma apresentação da cantora brasileira Denise Reis que, acompanhada pelo percussionista Fernando Saci, revisitou temas clássicos da música brasileira, assim como originais, numa iniciativa que contou com o apoio do Instituto Camões e do Instituto Guimarães Rosa.

Em declarações à Lusa no final da apresentação musical, a cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque, Luísa Pais Lowe, considerou o futuro da língua portuguesa como “muito auspicioso” a nível global.

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“Nos Estados Unidos, temos números a crescer. Temos a língua portuguesa, em todos os níveis de ensino, a ganhar uma projeção cada vez maior, não apenas como língua de herança, mas como língua estrangeira. Estamos a trabalhar muito afincadamente no sentido de aumentar essa pujança ainda mais”, indicou.

Também o cônsul-geral do Brasil em Nova Iorque, Adalnio Senna Ganem, ressaltou os esforços do seu país na promoção do idioma, admitindo que o objetivo passa por ter o português como uma das línguas oficiais das Nações Unidas, a par do inglês, espanhol, francês, chinês, russo e árabe.

“Nós temos trabalhado muito para ampliar o ensino. O Consulado-Geral do Brasil em Nova Iorque tem trabalhado sobretudo com as universidades em termos de português como segunda língua, e com várias instituições, organizações não-governamentais e escolas para promover o português como língua de herança”, explicou Senna Ganem.

“Eu creio que o futuro do português seria termos o idioma consagrado nas Nações Unidas como uma das línguas oficiais. Creio que temos toda a legitimidade para isso. São mais de 250 milhões de pessoas no mundo, em vários continentes, a falar português”, advogou.

À Lusa, também o adjunto da Coordenação do Ensino Português nos Estados Unidos, José Carlos Adão, assegurou que o interesse das famílias pelas aulas de português e pela certificação das mesmas é cada vez maior no país, após um “pequeno decréscimo” durante a pandemia.

“Noto também um interesse cada vez maior fora do universo da emigração. E noto isso em termos de pedidos de nacionalidade e de adultos que me escrevem diariamente a pedir aulas de português em Nova Iorque, principalmente português europeu. Infelizmente, não há muitas escolas que ofereçam aulas para adultos, mas temos a opção virtual, que acaba por ser a mais viável”, frisou José Carlos Adão.

A língua portuguesa não só é uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 260 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, como é também a língua mais falada no hemisfério sul, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

A UNESCO ratificou no dia 25 de novembro de 2019 a celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa em 5 de maio, tornando oficial a proposta apresentada pelos países lusófonos.